A purificação da carne
A carne apodrecida delibera em seu tormento sobre o cheiro putrefato do seu ser. E enquanto delibera, se desmancha em agonia. Tudo o que foi antes da podridão perdeu-se na finitude. Num dia estava impecável! No outro, o próprio pecado. Tornou-se aquilo que mais odiava… a podridão.
Poderia a carne viva, ter evitado a morte pelo processo de decomposição de si mesma? Não! Cedo ou tarde, o fim há de chegar! Mas a putrefação de maneira nenhuma é má sorte. Seja como for, o último estado de decomposição, é na verdade, a maior das purificações da carne. A carne que mata, a carne que sofre, a carne que vinga, a carne que odeia! E agora, a carne segue o ciclo da vida, tornando-se combustível para outras vidas. O fim da putrefação da carne, não implica dor nem sofrimento. Implica ausência! ausência de ser em si.