Ser sem ter você
“(... )É, 'tô tentando achar o rumo por aqui
Vou reaprendendo ser sem ter você
Descobrindo em mim o que você deixou (...) “
(Fábio de Melo)
Toca insistentemente.
Escuto pela milésima vez com a dor e o encantamento de quem se sente traduzido, de quem encontrou no dito de alguém algo que gostaria de ter dito ou escrito.
Às vezes ainda choro o choro dos sensíveis, do que possuem olhos d’água.
Sinto como se tivesse que parir a mim mesma.
A musculatura se contrai.
O movimento é de ser colocada para fora.
E dói.
Dói como dói nascer.
Dói como dói crescer.
Dói como dói.
Dói a dor de desver o mundo.
Para rever com um jeito outro.
Perante a invisibilidade dos que já não estão.