A vida que você está vivendo é mesmo sua?

Me desculpem o niilismo ou a falta fé, mas meu cérebro cria conflitos internos que me levam a crer que nós seres humanos somos extremamente medíocres, a gente tem tanto medo de perder que pagamos impostos caríssimos pra não perdermos nossa casa e o nosso carro, ainda pagamos seguro sobre todos os bens possíveis inclusive sobre a vida, nos casamos e documentamos uma união emocional, assim como fazemos com contratos sobre qualquer bem móvel e imóvel, a gente faz de tudo para legitimar e assegurar as nossas posses, quando em verdade não possuímos nada, você morre e a casa, o carro e todos os seus bens ficam nesse plano, talvez pros seus filhos que provavelmente os venderão para alguém que irá transformá-los em outros pertences, com cuidados diferentes, cores, funções... E até o seu marido pode arrumar outra pessoa e ter um novo papel que diga que ele se uniu a outrem e até sua identidade e o seu CPF, eles ficam, assim como o seu perfume favorito, seu relógio que não gosta que ninguém toque ou aquela roupa que você guardou pra uma ocasião especial chamada nunca.

Tem ora que só consigo imaginar que a gente paga caro demais para não perder quem a gente ama, pra não perder os bens do mundo, pois vivemos para construir uma vida que muitas vezes nem sonhamos em ter, e, no final das contas o que realmente nos tornamos é a frustração dos desejos que deixamos de lado pra ter condições financeiras que nos leve a realizá-los, mas sem deixar de cumprir todo o resto socialmente imposto; Por isso fazemos algumas viagens inspiradoras ao longo de nossa jornada, uma vez por ano pra compensar os 330 dias que passamos trabalhando com o que não gostamos, suportando chefe babaca e pessoas que nos fazem mal, que as vezes inclusive fazem parte da própria família que aleatoriamente fazemos parte.

A questão é a vida que você está vivendo é mesmo sua?