O sábio dos filósofos e o sábio de Maslow.
As necessidades fisiológicas de sobrevivência são idênticas entre o homem bom e o homem mau. Entre o sábio e o ignorante. Entre homens e animais. Todos nós precisamos de ar para respirar, comida, água e órgãos vitais em funcionamento.
Mas será se existem necessidades psicológicas de sobrevivência comum a todos os homens?
Para sobreviver basta satisfazer as necessidades fisiológicas. Mas o que é preciso satisfazer para termos um vida feliz? O que todos precisamos para ter uma vida feliz?
O psicologo e pesquisador Maslow disse que existe um caminho gradual de satisfações a serem atendidas ate chegarmos a felicidade, ao qual ele chamou de auto realização. Para ele, superado as questões físicas de sobrevivência. Não há que se falar em felicidade sem antes termos conquistado a Segurança financeira, do corpo e da saúde.
Depois da Segurança, não há que se falar em felicidade sem que tenhamos algum vinculo social de afeto.
Depois do afeto, já um pouco mais próximo da felicidade, temos que ter e enxergar uma estima dos demais, um reconhecimento de nosso valor.
só então estaríamos com todas as ferramentas necessárias para buscar a sabedoria necessária para ser feliz. A felicidade ou a auto realização seria fruto de uma conquista de discernimento capaz de aceitar os fatos, eliminar preconceitos, solucionar problemas. Um discernimento para viver uma vida criativa, espontânea e moral.
Maslow parece que condicionou a possibilidade da conquista da sabedoria apenas para pessoas que possuam uma saude física e financeira, ou seja, uma segurança psicológica de que nada de essencial vai nos faltar. Além disso, que possua vinculos afetivos e que seja estimados e reconhecido pelos outros.
Contudo, o único Bem realmente necessário para a sabedoria, e, portanto, para a felicidade é a Virtude, que de fato é o unico bem que existe, pois é o único que não pode lhe ser tirada.
Um homem de posse da virtude, ainda que passe por adversidades, ainda que não tenha segurança de nada, ainda que sua saúde lhe seja tomada, que não seja estimado por outros( o que é dificil, pois a virtude é um farol que ilumina a todos que se aproximam), ainda sim será um homem sábio e feliz.
Um homem de posse da virtude não precisa de amigos para ser feliz, embora seja natural de quem ama sem esperar nada em troca, estar repleto de candidatos de amigos.
Por tudo isso, penso que Maslow errou ao dizer que o homem sábio, justo e verdadeiramente feliz é condicionado as circunstâncias.
De 1000 homens que alcançaram a satisfação das necessidades propostas por Maslow, dificilmente encontrarás um sábio, justo e verdadeiramente feliz. Aqui encontrará apenas homens com mais oportunidade de se aproximar dos prazeres e se afastar da dores.
De 1000 homens que não satisfazem as condições de Maslow, também dificilmente encontras um sábio, justo e verdadeiramente feliz. Aqui encontrará apenas homens com menos oportunidade de se aproximar dos prazeres e mais propício a dores.
Mas a sabedoria, a justiça e a verdadeira felicidade pouco tem a ver com prazeres ou dores. A dor e o prazer é uma medida equivocada da verdadeira felicidade.
Então onde você vai encontrar um homem sábio, justo e verdadeiramente feliz?
Naquele que escolheu a virtude, independente das circunstâncias.
E onde é mais fácil escolher a virtude? na abonança ou na escassez?
Nos dois. Ou em nenhum deles.
A adversidade pode ser oportunidade para a virtude. A abundância também.
É claro que o sábio prefere o prazer a dor, mas o seu compromisso não está com nenhum deles. Seu compromisso está com a virtude, donde provém os prazeres da alma.
Dito tudo isso, ainda sim reconheço que eu deva estar equivocado, em alguma medida.
As condições básicas de saúde e segurança devem ser uma busca constante por todos, pois trata-se da dignidade humana sem o qual dificulta o nosso pensar.
Mas a dignidade humana também está ligada a superação do compromisso com o prazer para um verdadeiro compromisso com a Virtude.