Eu e a escrita, eu e meu eu de verdade!

Uma das coisas que mais amo é escrever. Mas não escrever com regras, com temas, ou fazer análises, já pressupondo o que vou fazer. Amo a escrita livre, aquela que produz muito, ou simplesmente, não produz nada. Gosto, quando coloco musicas aleatórias, enquanto sou guiado por tudo que se passa dentro de mim.

Não sou bom com palavras faladas, apesar de ter uma ótima oratória. Cresci acreditando que deveria sempre reprimir tudo que sinto, seja bom ou ruim, seja alegria ou tristeza, amor ou ódio, e é na música e na poesia, que encontro liberação interna pra gritar aquilo que se passa dentro de mim. Talvez não um grito que possa ser escutado, mas que me libera da carga que muitas vezes carrego.

Às vezes cansa, cansa medir as palavras, cansa seguir regras o tempo todo, cansa viver como se visse a areia da praia com um grande: “não ultrapasse na frente”. Às vezes queria escrever um poema em linha reta como Fernando Pessoa, tenho preguiça muitas vezes de rede social, tem momentos que estou triste ou angustiado, abro as páginas e me vem à mente: Todos que conheço são campeões em tudo e eu?, tão vil e tão sujo... estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? Na vida real com certeza!

Angústia sempre me acompanha, alguns poderiam dizer que é um nome errado que dou pra ela, poderia ser um presente divino chamado inspiração, ou apenas um grande sinal dizendo ei! O mundo é ruim na maior parte das vezes, mas ei, talvez ele se torne mais bonito pra você quando escrever sobre ele!

Só sei que, às vezes preciso ir para o meu quarto chorar, ou ficar deitado até tarde (santos coachings que me perdoem). Só sei que preciso escrever sobre o amor, mesmo que não ame. Que preciso escrever sobre o céu azul, mesmo que esteja nublado, da mesma forma que tenho que descrever as dores do mundo, quando todos estão alienados pela embriaguez de suas vidas.

Talvez, sentir demais e guardar dentro de mim possa ser meu maior fardo, talvez, Deus sabendo disso, tenha colocado a escrita ao meu lado.

A escrita me salvou, ela me salva, talvez continue me salvando. Não sei se é uma dadiva ou uma maldição, não sei se viverei pra sempre no deserto ou num oásis de ilusão, mas de uma coisa eu sei, continuarei escrevendo e ouvindo musica, talvez nunca seja reconhecido e tudo bem. Escrever me traz vida, nem que seja pra respirar mais um dia!

RS Schindler (Renan Souza)

25/07/2021