A morte
Tão certo que o tempo não para, é a certeza da finitude da vida, que possui dia e hora marcados para vir ao nosso encontro.
É a mais certeza das incertezas do fato...
Ocorre que no decorrer de nossas vidas ela até parece não existir e, na verdade, nunca seremos os autores dessa escrita. Esse legado ficará para uma outra pessoa.
No entanto, a temos em perspectivas quando, em um momento ímpar de nossas vidas passamos a refletir em sua existência e nas “possíveis” consequências de sua chegada.
Em nossa trajetória de vida não faltaram momentos que poderíamos ter sido levados à morte. Somente nesses momentos à reflexão vem à tona para nos instigarmos a valorizar mais a vida e a internalizar em nossos corações uma imensa gratidão por estarmos vivos, sobressaindo-se a mais um episódio que poderia ter encurtado a nossa história.
A maioria de nós é neófito para tratar desse tema, até porque parece que não tivemos ainda essa experiência, graças a Deus!
Mas de fato, faz-se necessário estarmos preparados para tudo nessa vida, inclusive para o seu fim. Não é algo fácil, e nem todas as pessoas estão preparadas para isso, mas se pararmos para pensar é algo inevitável, e, por assim ser, merece toda a atenção e respeito.
Muitas foram às vezes nessa caminhada que me levou a buscar entender algumas questões: Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou?
Às vezes, duas ou três décadas são hipossuficientes para termos a segurança e a certeza para respondermos a essas questões, principalmente as duas primeiras.
No entanto, por uma decisão sua, com bem menos tempo, é possível que você já tenha em perspectiva para onde irá, pois, como sabemos, o futuro é incognoscível, portanto, não nos é dado a conhecer...
Ele só se manifesta em nós no plano da perspectiva. Mas toda a decisão para o futuro se realiza no presente, no tempo da ação, do agora e do hoje, e nunca, no tempo do amanhã...
Portanto, é na contemporaneidade que as coisas são feitas, movimentando a engrenagem do curso de nossas vidas...
Em síntese, o futuro começa no hoje, no tempo presente, por isso precisamos valorizar esse tempo presente com toda a força que ele nos puder oferecer, almejando alcançar no tempo futuro as nossas realizações pretendidas, vivendo intensamente esse efêmero presente que se realiza.
O respeito e a atenção à morte, começa na valorização da vida, e no respeito que devemos ter a todas as pessoas...
À nossa vida, a vida de quem amamos, as vidas que conhecemos, as vidas que já partiram e se materializaram em nossa memória, por suas vidas na vida de nossa história.
Decerto, não há certezas de quando virá, mas um dia chegará. Por isso, precisamos sempre que possível viver em paz, pois, dificilmente estaremos preparados para esse certo e inevitável encontro.
Viva a vida!
Recife, 21 de julho de 2021.
Luiz Carlos Serpa