O "SUICÍDIO" DE JUDAS

Como uma característica intrínseca, o ser humano quer saber e compreender todas as circunstâncias que o rodeiam, ocorrendo entre eles diversidades quanto à tipicidade dessas circunstâncias, e também quanto ao empenho de cada um para satisfazer os seus desejos. Alguns sempre carregam consigo os seus preconceitos e as suas convicções, já com uma predisposição de rejeitar as que lhes forem contrárias, outros são indiferentes e geralmente mantêm-se nas superfícies, sem o interesse em cansativos aprofundamentos. Mas temos também, aqueles mais seguros e conscientes de si mesmos, que estão sempre à procura de novos conhecimentos, para somar, completar, ou mesmo substituir os seus próprios conhecimentos, acumulados até então.

Para complicar ainda mais a busca pelo saber, as dificuldades aumentam exponencialmente, em se tratando dos conhecimentos espirituais, os quais são obtidos apenas pela intuição, e somente são transmissíveis de espírito para espírito. (Vide 1 Coríntios 2:14,15). Embora conscientes dessas dificuldades, vamos navegar pelo espírito.

Sobre o Apóstolo Judas, “após a prisão de Cristo”, Judas recebe o pagamento pela traição e se arrepende, procurando devolver as moedas, recusadas pelos líderes. Temos então, em (Mateus 27:5 – E depois de atirar as moedas de prata para dentro do santuário, Judas retirou-se e foi enforcar-se).

Mas além disso, temos também sobre Judas, em (Atos 1:18 – Ele adquiriu um campo com o pagamento do seu pecado, e precipitando-se de cabeça, arrebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram).

Como se sabe, a Bíblia é elaborada sobre parábolas ou metáforas, fábulas e genealogias, com a planejada intenção de manter oculto da racionalidade, o sentido verdadeiro, ao qual somente os insights espirituais permitem o acesso. Lucas, autor de Atos, era mais culto que o simples Mateus, e formulou uma metáfora bem mais adequada ao que realmente ocorreu, sem adentrar profundamente na questão, que certamente era do seu conhecimento espiritual.

Toda a história da família humana de Cristo faz parte das fábulas e genealogias, às quais se referem (1 Timóteo 1:4 / 2 Timóteo 4:4 / Tito 1:14 e 3:9). Na verdade, em certo momento da evolução espiritual, no que nos diz respeito, como efeito da Segunda Aliança, (a Graça) passa a ocorrer, progressivamente, determinando a impressão das leis divinas na mente e no coração dos homens, concedendo-lhes e ampliando o discernimento espiritual mais profundo, como uma característica específica do novo nascimento, pois o homem, antes de nascer de novo, está morto espiritualmente. Mas quando a Promessa “... na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei...” (Jeremias 31;31 a 34) (Hebreus 8;8 a 12 e 10;16,17) é cumprida, ocorre, simultaneamente, o nascimento de Cristo e o novo nascimento do homem (Efésios 2:4 a 6), que então passa a viver no Espírito de Deus. O cumprimento da Promessa é a concretização da Nova Aliança, quando então Cristo ressuscita dentre os mortos (que somos nós), nos quais Ele também estava morto. Portanto, a maior e a mais importante de todas as bênçãos para o Ser Humano é o novo nascimento, quando ele é transferido do Ministério de Moisés, da Lei, para o Ministério de Cristo, da Graça. Quando isso acontece, uma profunda mudança passa a se desenvolver no agraciado Cristão, conforme os dons espirituais que lhe forem conferidos. Além disso, o novo nascimento é o “passaporte” para a entrada na “Terra Prometida” (João 3;3 a 5), onde a Lei não entra, assim como Moisés, o símbolo da Lei, não entrou. (Deuteronômio 34;1a 6) Esse é o verdadeiro nascimento de Cristo, que passa a viver espiritualmente nos nascidos de novo, também espiritualmente.

O Apóstolo Judas é apenas a personificação do próprio Lúcifer, cuja verdadeira traição está na sua insubordinação, registrada em (Judas 1:6 – Os anjos que não mantiveram os seus domicílios, mas deixaram a sua própria habitação, Ele os tem confinados nas trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande dia). Na verdade, o traidor Judas (Lúcifer) realmente foi esmagado com todas as suas legiões pelo poderoso Pai Eterno (e explodiu no Big Bang), e todas as suas entranhas (todo o conteúdo do Terceiro Princípio, ou todas as galáxias) se derramaram, para que o processo de regeneração se desenvolvesse, como está descrito no parágrafo anterior.

Lúcifer e suas Legiões foram transformados em uma só massa contaminada, que se tornou o “ovo cósmico”, contendo as “sementes” com todas as informações, sendo espremido poderosamente pelo Pai (a Energia Centrípeta), que se contrai, acionando todo o poder dos seus sete Espíritos. Entra em ação a poderosa atração do Espírito da Adstringência, e na expansão está o forte Espírito do Amargor, e para a luta vem o Espírito da Angústia, e do enorme atrito entre a atração e a expansão, vem o Espírito do Calor, cuja intensidade produz a Luz do Espírito do Amor, explodindo nos acordes do Espírito do Som, e configurando o Espírito Tangível, resultante da explosão, projetando e expandindo obliquamente toda a substancial corporalidade.

A explosão se propaga pela Energia Centrífuga, que expande obliquamente as sementes vaporizadas, com todas as informações, as quais formarão todas as galáxias com os seus integrantes, dentre as quais a Via Láctea, com o Sistema Solar, o Planeta Terra, nós os Seres Humanos, e tudo o mais que existe no Terceiro Princípio. Esse foi o início do plano de recuperação dos estragos proporcionados pela insubordinação do Príncipe Lúcifer, cujo processo se estenderá por n’lhões de anos, até que os números sejam completados, conforme Apocalipse 6:11 e a repartição de acordo com Zacarias 13:8,9 / Ezequiel 5:2,12, quando a Geração Cósmica será concluída, encerrando o ciclo das transformações previstas por Lavoisier, e tudo retornará para suas origens: para a Luz, no Amor 33,3%, a parte que foi regenerada ou purificada, e para as Trevas, no tormento, 66,6%, a parte que não foi recuperada, ou regenerada.

No Universo, tudo está rigorosamente predeterminado, inclusive o domicílio dos Príncipes Angélicos com as suas Legiões, e não há e nunca haverá nenhuma novidade, por isso, a Geração Cósmica é como um rolo de filme, que é reprisado eternamente. Esse filme tem origem nessa insubordinação de Lúcifer, (Judas 1:6), que ultrapassou os limites do seu domicílio, arrastando os seus subordinados, na tentativa de desencadear uma sucessiva incorporação com os demais vinte e três Príncipes Angélicos, superando o poder de Cristo, na tentativa de escapar do domínio do Pai, pois a Energia Centrípeta (escura) não pode ocupar o mesmo espaço, simultaneamente, com a Energia Centrífuga (resplandecente), devendo se manterem suspensas uma na outra, conforme o plano Divino. A frustrada tentativa de Lúcifer custou-lhe a própria vida, massacrado pela Energia Centrípeta que envolve tudo, ele e as suas Legiões, foram transformados nessa massa, que veio a ser o conteúdo do ovo cósmico, cujas “entranhas” se “derramaram” na explosão (Big Bang), (Atos 1:18) dando origem a todo o conteúdo contaminado do Terceiro Princípio, que é o campo que se chama Aceldama (Campo de Sangue) (Atos 1:19), esclarecendo a origem do mal e das imperfeições que estão em nós e em tudo ao nosso redor, pois tudo foi produzido com matéria prima contaminada, onde estavam todas as sementes essenciais.

O Cientista americano Robert Jastrow (1925-2008), astrofísico teórico, que trabalhou para a Nasa, na declaração abaixo transcrita, diz em outras palavras, que os cientistas sempre chegam atrasados em relação aos teólogos, na busca pelo mistério da criação.

Ele disse: “Neste momento parece que a ciência nunca será capaz de erguer a cortina acerca do mistério da criação. Para o cientista que viveu pela sua fé na força da razão, a história encerra como um sonho ruim. Ele escalou as montanhas da ignorância, vê-se prestes a conquistar o pico mais alto; à medida que se puxa a rocha final, é saudado por um bando de teólogos (Teósofos) que estiveram sentados ali durante séculos”.

O livro dos Atos dos Apóstolos foi escrito provavelmente entre 80 e 90 depois de Cristo, pelo Apóstolo Lucas, o médico que acompanhava Paulo em suas viagens missionárias, cujo livro é considerado pelos teólogos, como uma continuação do seu próprio Evangelho. Como percebeu o Cientista Robert Jastrow, a antecipação da percepção de Lucas ocorreu 19 séculos atrás, e por enquanto, os Cientistas e os Escribas (Teólogos da atualidade) continuam perseguindo as miragens... seguidos, é claro, pelos fariseus et caterva.

A realidade, subjacente e oculta sob as fábulas e genealogias, também sob a literalidade da Bíblia, é absurda para o entendimento racional (1 Coríntios 2:14,15), assim como ficarão os apologistas da razão, muito confusos e horrorizados com o teor de (Isaías 53:10), que se traduz numa contundente realidade, mas perfeitamente compreensível pela espiritualidade. (Jeremias 23:20 – Nos últimos dias entendereis claramente) (Mateus 10:26 – Tudo será revelado) e, de fato, tudo está sendo revelado para aqueles que podem e conseguem entender, espiritualmente.

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 20/07/2021
Código do texto: T7303362
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