Marionetes Cósmicas
Quando aqui chegamos já estava tudo pronto, o universo já existia como hoje, com as galáxias, com os sistemas estelares, planetas, cometas, nebulosas, buracos negros e tudo mais. No nosso pequeno planeta azul, já existiam todas as formas de vida hoje existentes. O planeta já guardava a distância ideal do Sol, possuía a inclinação e seus movimentos cíclicos que garantem alternância de turnos e de estações e, sobretudo, a vida. Somos uma das mais recentes criações do universo e no entanto nos achamos a cereja do bolo ou a última bolacha do pacote. Na nossa presunção e arrogância nos julgamos com poderes para alterar o destino do planeta e quiçá do universo.
O amor e o medo não são sentimentos exclusivamente humanos, mas apenas alguns dos fatores de preservação e proliferação das espécies. Apartamo-nos da natureza como se fôssemos onipotentes e autossuficientes. Consideramos artificial tudo do qual somos artífices, mas consideramos naturais a casinha do João-de-barro, o ninho do João-graveto ou a colmeia. Diante de uma pandemia, achamos que podemos fugir ou nos esconder do vírus em nossas casas como se pudéssemos pular do planeta caso ele saísse da órbita solar e entrasse em rota de colisão com outro corpo celeste.
Diante de tais considerações e reflexões devemos lembrar sempre que somos partes integrantes do universo e da natureza planetária. Devemos confiar no universo e nos desígnios cósmicos. Cada parte fará o que lhe cabe, já que estamos todos e a tudo interconectados. A natureza é hostil e provedora. No momento certo teremos força, coragem, habilidade e discernimento para fazermos o que for necessário e possível.