A maldade (Huberto Rohden)
"Nenhum mal que os outros me fazem me faz mal, porque não me torna mau." (Huberto Rohden)
Pensando nisso...
Pode-se chegar à tantas ideias, uma delas é a da contradição a essa fala: "ora, e se alguém me faz um mal que me deixa mal a ponto de tornar-me mau?". Se alguém faz-me perder o emprego que muito lutei para conseguir, e, sequencialmente, uma raiva toma meu ser a ponto de fazer coisas más; isso não me tornou mau? Estaria, então, a frase acima equivocada?
Mas se pensarmos que as pessoas já guardam em si uma certa "maldade"? Uma maldade que está oculta, adormecida, inativa. Com o impulso, a provocação, o estímulo, ela desperta e, num momento de desvario, toma controle da alma - seja lá por quanto tempo.
É correto afirmar que a pessoa não tornou-se mau, mas apenas teve uma maldade que já possuía - seja lá por qual razão/circunstância passada - despertada e assim tomou atitudes más, mas proporcionais à própria maldade e, talvez, acrescidas pelo frenesi?
Mas e se dissessem que todos, se assim sendo, são maus por terem alguma maldade já guardada em si? Não que todos possuam isso, há a micro-parcela que, de fato, não tem essa mancha; seres iluminados. Essa maldade pode surgir de diversas formas, traumas, dores etc; imagina-se logo, quem, temporariamente, está livre disso - esses não são incluídos nesta. Sendo quase inevitável intoxicar-se com a maldade proveniente de nós mesmos, a máxima de afirmar que (quase) todos são maus está correta? Seria uma contradição à frase, mas, segundo os pensamentos acima, seria correto pensar que nem todos são mesmo maus por terem uma maldade adormecida em si, porque essa é sobrepujada por bons sentimentos enquanto consciente das coisas?
Em outra parte, Huberto complementa: "Somente o mal que eu faço aos outros me faz mal porque me torna mau."