Evolução pela barriga. 2° Round
Não é difícil beber água só quando se tem sede.
No entanto, comer só quando se tem fome exige grande retidão
Não é só a fome que nos convida a comer, posto que raramente a fome verdadeira nos visita.
O que nos visita e não sai da nossa casa é o constante desejo pelo prazer.
Um desejo de comer que se arvora ainda mais quando nos vemos descontente conosco mesmo, fato não muito raro.
Assim, esse prazerzinho guloso camufla nosso descontentamento interior.
E se não há descontentamento, a guloseima ainda cai bem para o tolo, pois que um prazer chama outro em eterna indolência.
Conta-se que entre a classe abastada e luxuriosa de alguns romanos, era comum ter um lugar apropriado para que, durante um dia de banquete, pudessem vomitar e recomeçar a se banquetear.
O domínio de um vício, seja ele qual for, nos aproxima da possessão de nós mesmos. Mais um passo a liberdade. Um passo em direção ao fim da escravidão dos sentidos.
Porque acostumei a servir meus sentidos da visão, audição e tato com coisas inúteis e até prejudiciais. Meu paladar, mesmo sem fome, também exige um ventre esticado e servil.
"Você me chama de homem sensato, mas eu entendo quantas da coisa que eu desejo são inúteis e quantas das coisas que eu desejo me fariam mal. Não tenho sequer o conhecimento que a saciedade ensina aos animais, do que deveria ser a medida do meu alimento ou da minha bebida. Eu ainda não sei o quanto eu devo consumir."
(Sêneca - Cartas de um estoico - Vol. I)
Não é difícil beber água só quando se tem sede.
No entanto, comer só quando se tem fome exige grande retidão
Não é só a fome que nos convida a comer, posto que raramente a fome verdadeira nos visita.
O que nos visita e não sai da nossa casa é o constante desejo pelo prazer.
Um desejo de comer que se arvora ainda mais quando nos vemos descontente conosco mesmo, fato não muito raro.
Assim, esse prazerzinho guloso camufla nosso descontentamento interior.
E se não há descontentamento, a guloseima ainda cai bem para o tolo, pois que um prazer chama outro em eterna indolência.
Conta-se que entre a classe abastada e luxuriosa de alguns romanos, era comum ter um lugar apropriado para que, durante um dia de banquete, pudessem vomitar e recomeçar a se banquetear.
O domínio de um vício, seja ele qual for, nos aproxima da possessão de nós mesmos. Mais um passo a liberdade. Um passo em direção ao fim da escravidão dos sentidos.
Porque acostumei a servir meus sentidos da visão, audição e tato com coisas inúteis e até prejudiciais. Meu paladar, mesmo sem fome, também exige um ventre esticado e servil.
"Você me chama de homem sensato, mas eu entendo quantas da coisa que eu desejo são inúteis e quantas das coisas que eu desejo me fariam mal. Não tenho sequer o conhecimento que a saciedade ensina aos animais, do que deveria ser a medida do meu alimento ou da minha bebida. Eu ainda não sei o quanto eu devo consumir."
(Sêneca - Cartas de um estoico - Vol. I)