Vocês

Eu peguei a fotografia nas mãos e uma retrospecção veio à mente.

A imagem é de dois mil e um. Modernamente, ela tem vinte anos.

Vocês estavam nos contornando. Eu e uma pessoa conhecida.

E esse ser humano, agora apartado, é um sujeito sem muito contato.

Minhas mãos estão estremecidas e palpitadas enquanto eu escrevo.

A ansiedade desabrochou ou eclodiu. Um ciclone ou um temporal.

Entretanto, o que eu quero transmitir é muito mais imperscrutável.

Hermético, enigmático e misterioso. A morte. Então, vamos entabular.

Introduzir ou estabelecer o texto. Vocês partiram em idade avançada.

Não obstante, nenhuma pessoa aceita a morte pacificamente.

Eu lembro da minha pequenez. Infância. Fomos alegres e exultantes.

Não posso olvidar ou obliterar do seu carinho e da sua preocupação.

Logicamente, tivemos períodos de discordância e de desentendimento.

Mas a vida é uma duplicidade. Uma dualidade. O bom e o ruim.

Da mesma forma, eu lembro e revivo a sua voz me convocando.

Uma voz pujante, enérgica e vigorosa me chamava para almoçar.

Tudo produzido com muito amor e consideração. Muita entrega.

Diligência e paixão. O meu âmago, centro ou núcleo é gratidão.

Agradecimento e reconhecimento pelas recordações e lembranças.

Por conseguinte, a vida é uma efemeridade. Uma momentaneidade.

Obrigado.

Lucas Nicácio Gomes
Enviado por Lucas Nicácio Gomes em 15/07/2021
Reeditado em 04/10/2022
Código do texto: T7299976
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