No teu abraço, me abrigo.
Apesar de tudo que tento em vão explicar,
não consigo explicar o que sinto.
Por não conseguir, não me limito
a ponto de não sentir. Esse controle inexiste.
Adoro papear, te ouvir, te contar histórias e
estórias, te ouvir sorrir das nossas bobeiras.
A mim, parece que os diálogos e quase
diálogos — mesmo sem a grande história
do Djavan trazem a minha vida (nossa, talvez?)
a leveza do momento, da impermanência
das certezas e a permanência das infindáveis
incertezas nessa vida terrena.
Só sei que nada sei no hoje e pouco —
ou quase nada — saberei no amanhã.
Sinto que te quero bem e você me
faz um bem enorme.
Acredito que as inúmeras explicações
se devem ao fato de que me importo
com você.
Muitas vezes fujo do perigo do meu interior,
encontrando no som da tua voz a impressão
do calor do teu abraço, meu abrigo.