Pandemia
A pandemia sem fim se tornou um lugar.
O lugar onde o tempo nos parou sem data para acabar.
A gente amanhece, o dia anoitece e permanecemos no mesmo lugar: Pandemia.
Cabelos clareiam, peles enrugam no mesmo tempo: Pandemia.
Tal qual um labirinto de espelhos, com entrada forçada e saída desconhecida: Pandemia.
Esta instituição que nos legitimou como efetivamente seus, sem arbítrio, fomos, somos, seremos os eternos seres da Pandemia:
filhos, mortos, sobrevivos, transeuntes de um caminho que parece não ter fim, com começo e sem volta, que nos marcará e definirá para todo o sempre, certos de que jamais tornaremos a ser os mesmos.
Pandemia, 11 de julho de 2021.