A VIAGEM DO ANDARILHO
A racionalidade imperava altiva, orgulhosa, impetuosamente
A espiritualidade rastejava cativa e humilde, como vassala
Mal sabia o andarilho o que estava reservado na jornada
Foram muitos anos, sob comando absoluto da racionalidade
Esparsas e rápidas incursões pelo espírito, eram solitárias
Nos confrontos verbais, perguntas sem respostas afinal
A razão sempre se fortalecia na aparência da espiritualidade
E os opositores se mantinham só nas superfícies literárias
Mas ora se sabe, sem os insights não existe o espiritual
Agora são muitos anos sob total comando da espiritualidade
Instalando-se assim, a total solidão e as razões são várias
O espírito nas profundezas não permite acesso racional
Quatro de julho de dois mil e dois chegou a Glória do Senhor
Pois, o espírito não encontra limites para alturas infinitas
Assim como também não os encontra para as profundezas
A solidão, acompanha o viajante, como preço das conquistas
Conhecimentos adquiridos cumprem promessas benditas
E há também o prêmio, e desaparecem todas as incertezas
Todas as demais circunstâncias passadas são agora revistas
Grandes mudanças passam a ocorrer vão-se os parasitas
E são descartadas enormes quantidades de velhas certezas
Pois somente os conhecimentos espirituais são as conquistas
As grandes mudanças passam a ocorrer incessantemente
Uma profunda inversão de valores na consciência se instala
O paradoxo entre o que muito valia e doravante não vale nada