SOBRE O “CRINGE”!
Agora deu para essa tal Geração Z chamar de “cringe” quem gosta de certas coisas que foram icônicas para gerações passadas.
Bem já se disse que negar a história, negar as tradições é negar a si mesmo, pois não existe futuro sem passado.
Idade avançada se diluiu no conceito de valores e gostos. Agora, não se trata mais de ter 60+, bastando simplesmente não idolatrar modismos atuais para estar “velho”! Não importa mais a idade, se não estiver em sintonia com a tendência do momento, se não se curvar aos padrões culturais em vigor, é tido por “cringe”, isso mesmo, alguém que tem gostos vergonhosos.
Mas, afinal, acho que estão certos, pois, de fato, esses propagandeadores de uma visão difamadora da cultura do passado – que não é sinônimo de ultrapassada – são verdadeiros SEM VERGONHA!
Mas é plenamente possível entender esses sem vergonha: só apagando o passado para que grande parte da cultura atual, em especial no âmbito das artes, possa se sobressair, bem como possa transcorrer despercebido o fato de que muito do hoje nada mais é do que uma releitura ou cópia escrachada do que já foi, ou melhor, do que nunca deixou de existir e influenciar.
Esses sem vergonha não tem noção de que, a pretexto de propagar a superioridade do “último grito” (alarme de “cringe”!!!) sobre o ontem, numa iconoclastia dos bastiões pretéritos, reforçam o quão efêmera e superficial é a atualidade cultural: sem provar seu valor, buscam a mesquinharia do negar o dantes, idolatrar o porvir e viver num intervalo disforme tendente ao nada!