Eu tento
Eu tento,
tento seguir um dia de cada vez,
um segundo minuto hora
mas as vezes tudo se atropela,
tem momentos que deslizo e caio nela,
um descuido e o caos em mim volta,
meus demônios estão atentos,
estão esperando o momento para me atacar,
um suspiro errado,
um pensamento autodestrutivo,
um choro,
e eles acordam,
eu me perco em mim,
na crise não me reconheço,
Me torno frágil, fraca,
só me resta aceitar
A tempestades,
tsunami,furacão, vendaval,
Tudo dentro de mim,
derrubando os quadros pendurados nas minhas paredes,
destruindo minha base, sumindo com os meus degraus,
e quando tudo passa,
Ar
Pulmão
Nariz
Eles voltam a existir e consigo respirar de novo,
quando a calmaria chega
ela traz os destroços da tragédia,
pego os pedaços e vou me construindo mais uma vez,
remendando os pedaços imperfeitos,
construindo algo novo,
Raro
Incomum
uma obra de arte abstrata,
em cada tempestade me recomponho,
mas não sou a mesma que antes,
fenômenos traz a mudança,
às vezes me entrego pra aquele momento,
sentir tudo
pode melhorar depois,
um dia os climas mudam,
as vezes são favoráveis,
outras assustadores,
mas me recomponho,
com vidro
Papel
Madeira
Metal
Plástico
Terra
Água
Sangue e Dor,
e com esses fragmentos me transformo,
Como uma fênix,
Renascendo das cinzas da vida.