Tela & Corpo.
Gosto de assistir videos de pinturas e observar a construção do pensamento, a paciência, os instrumentos utilizados de diferentes formas.
O meu imaginário era composto por uma ideia de suavidade entre a artista e a tela. Entretanto, com o passar do tempo percebi que há variações de intensidade.
É bonito de ver.
Nosso corpo é propagado com um toque quase angelical, bem delimitado, curvilíneo. Contudo, assim como a tela pintada, nosso corpo grotescamente se compõe numa mistura de atritos e texturas.
Essa base de sustentação carrega intensidade e um olhar paciente para a obra que ja está pronta e se modifica naturalmente a cada dia.
É bonito de ver.
É importante lembrar que o processo de gostar de si mesmo, não se resume apenas a imagem.
Na minha concepção, não existe um amor próprio que se constrói rapidamente e depois que alcançado se torna inabalável.
Prefiro treinar o meu olhar a ser paciente e enxergar coisas que eu me negava a perceber.