Endoculturação, o aprendizado de uma cultura desde o nascimento.

O resultado do que nós somos hoje como pessoa, como ser humano, com cidadão, como ser vivente e atuante dentro de uma sociedade está diretamente associado as nossas experiências vivenciais no âmbito familiar durante a infância. Durante o processo de endoculturação, aprendemos o que é considerado como aceito ou válido sobre condutas em determinadas situações.

Uma criança que nasce e cresce em um ambiente hostil, aprenderá a necessidade de se defender em diversas situações e se transformará em um jovem com problemas de socialização, confiança ou agressividade. A forma como interagimos com elementos novos durante os processos de adaptação de uma nova realidade nos impõe a inferir conclusões baseadas no que observamos ao nosso redor e consideramos como “normal”.

As escolas do Japão desenvolvem rotinas de atividades relacionadas em organização e limpeza do ambiente, logo, vemos um país que tem a cultura de não jogar lixo nas ruas e que realiza a limpeza daquele espaço depois de assistirem a uma partida de esportiva.

O ambiente familiar é a primeira estrutura social que vivenciamos, é ali que aprendemos a noção de existência separada de outros indivíduos, diferenças de papeis de responsabilidade referentes a figuras específicas dentro daquele sistema, regras e condutas permitidas ou limitadas em determinadas situações. Basicamente, é onde deve-se aprender a viver em sociedade.

É certo que essa transmissão de valores e princípios é particular aos pais, sendo eles os agentes que irão preparar aquele novo ser humano para ser um partícipe ativo dentro daquela sociedade. Consoante a isso, o que esses pais aprenderam como “certo ou errado” foi passado durante a sua infância, e assim, sistemicamente acompanhando os avanços culturais de cada geração.

Conceitos aprendidos posteriormente, na vida adulta por exemplo, podem ganhar outros significados ou valores de acordo com as novas experiências e ambientes que vamos nos colocando. Já as noções aprendidas durante a puerícia são mais dificilmente contestadas pois é graças a elas que nós aprendemos a viver de acordo com àquela cultura a qual estivemos inseridos.

De acordo com o exposto a cima, é fácil perceber como trabalham os meios educativos infantis durante a primeira infância, focando em formas de aprendizagem de comunicação, noções básicas de regras de convivência e a interpretação de cores, sons e texturas. Infere-se que a ética e moral aprendida no seio familiar será a que carregaremos para a vida e a aplicaremos em todas as situações sociais enfrentadas no futuro