Teus olhos

Não tive tempo de descobri-los. Vi, sim, tuas mãos, brancas e agitadas como as de um adolescente. Intimamente ria do teu desconforto, porque já te conhecia muito antes de te ver. Quanta insegurança, quanto temor, quanto medo de ser quem é! E eu sorria tentando deixar-te mais natural, livre de tantas amarras. Não tive tempo de te beijar. Não do jeito que eu poderia, não do jeito que eu merecia. Ficou apenas o fogo na lareira, acendendo a fantasia de algo que nunca aconteceu: um tapete, um vinho e nós dois.

Luzz
Enviado por Luzz em 15/06/2021
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