Armar a si sobre todos os mandamentos

Ao divertir-me com a lógica Aristotélica, deparei-me com uma contrariedade bem trivial que permeia a nossa horrível nação, por uma grande parte de idiotas. Pois bem, segue minhas reflexões:

I. "Deus acima de tudo". Aquele clichê bem vagabundo e funcional que amansa fácil os elementos do fiel rebanho eleitoral. E eu que não sou religioso, mas trago na minha cabeça oca os dez mandamentos da lei de Deus, sei muito bem que o quinto deixa claro que é proibido matar, e então me surgiu uma dúvida: Para que diabos o cidadão de bem quer uma arma, se ele pretende colocar o Altíssimo lá no seu devido lugar e entrar com a ficha limpa no reino da fantasia, sendo que o Deus cristão zela pelo amor ao próximo? Amar a Deus sobre todas as coisas ou armar a si próprio acima dos dez mandamentos?

II. Os hipócritas, sobretudo os hipócritas religiosos, poderão me acusar de ignorância e nisso eu concordo amplamente, pois somos todos ignorantes em uma determinada medida, como bem nos ensinou Sócrates, Pascal, Confúcio entre outros. Esses hipócritas me obrigarão inclusive a ler a Bíblia, pois é óbvio que um idiota como eu não deve ser perdoado por não saber o que está dizendo. E na bíblia Deus perdoa o erro de matar alguém, mas não perdoa o erro de pensar livremente.

III. Quando Dostoievski questionou em sua derradeira obra, através do grande intelectual Ivan Karamazov se tudo é permitido com a inexistência do Divino, concluímos prosaicamente, ironicamente, que tudo pode ser permitido até mesmo com a existência do "Todo poderoso". Giordano Bruno fará uma ressalva, pois na época dele era fogo (em praça publica).

IV. Segundo Marx, "O cidadão de bem, quer dar um tiro também", na sua cara e de raiva, sobretudo quando lhe acabam os argumentos. Se é que de fato existiu algum...

Bilu é Engenheiro, vagabundo e estudante meia boca de filosofia.