...

Sinto tua falta.

Eu costumava dizer que isso só acontecia quando eu queria,

mas mesmo sem querer eu sinto a tua falta.

E quanto mais eu luto, mais eu sinto tua falta.

E quanto mais eu penso nisso, é como o empuxo do mar,

ou um tufão... Ou algo forte, rápido... E que deixa marcas.

E se eu deixo de pensar... maré.

Eu penso em como te ver, quando te ver... E eu fico vendo o horizonte... imenso.

E se eu sei que não vou te ver, fico vendo o horizonte e meu olhar se

torna vazio e distante.

Eu tenho medo.

E quando eu noto que tenho medo, sinto mais a tua falta.

Pois eu noto que algo cresce aqui dentro, cada vez mais.

É amedrontador. É apavorante.

Algo cresce, e me embriaga, e me dopa.

E eu tenho medo de que isso seja mais forte do que eu,

mais forte do que o muro que eu mesma construí,

e mais forte do que a mera noção que eu tenho sobre as coisas.

Que tudo o que eu preservei se torne patético,

inútil,

vago,

sem sentido,

perto do que está sendo criado...

Sem querer.