Coisas que penso saber (Lote 6)

51. Como disse brilhantemente um amigo em uma ocasião: o ignorante é petulante.

52. Cresci ouvindo essa afirmação: O Nelsão é ladrão, mas é tão bom! Afirmava-se isso de um gatuno que vivia no meu bairro. Tempo depois ouvi outra frase similar a primeira, que não se relacionava a um gatuno local: Maluf rouba, mas faz! As mazelas são estruturais e não pessoais.

53. Nunca devemos desconsiderar nossas convicções, nossos instintos e nossas intuições, principalmente quando o fazemos por puro desdém e revolta. Sempre repudiei aqueles políticos que se afirmavam em sua vida pública através de polêmicas, principalmente aquelas que se relacionam as liberdades individuais, tais como a liberdade sexual. Vida privada de adultos, desde que dentro das leis, não é assunto para política é simplesmente opção. Desconsiderei isso e agora vejo que aquilo que começou mal foi rapidamente se transformando em uma catástrofe.

54. Certa vez alguém me contou que foi ao medico, estava tossindo e com dor de garganta, disse então ao doutor: Meu Deus! Estou com uma constipação doutor! O médico então a olhou e disse: Constipação é problema intestinal e não gripe senhora! Atualmente, assistimos perplexos, um líder nacional realizar o mesmo erro semântico e afirmar que aquilo, que ele ajudaria a transformar em uma grande constipação, se tratava só de uma gripezinha.

55. Um amigo dizia que se misturássemos um mícron de fezes em um copo de suco de laranja, ele deixaria de ser suco de laranja e se tornaria somente fezes, por que aquilo que é ruim contamina a tudo e a tudo transforma em si mesmo. Na atualidade do Brasil começamos com um pouco de matéria fecal, que aos poucos foi se convertendo em grandes porções, tornando impossível encontrar suco de laranja algum.

56. A dualidade das coisas é bela! Vivemos um período catastrófico de uma doença terrível, que arrebata a muitos todos os dias. Porém como nem tudo são trevas, o sofrimento causado pela doença aflora em nós o que temos de mais salutar e importante, nossa humanidade. Quando doentes queremos somente a paz de estar com quem amamos e de vê-los restabelecidos, queremos o prazer de sentir fome e poder saciá-la, o conforto de descansar e não sentir dor. O status, as riquezas, as criticas, as discussões sem sentido, a vontade de poder e de se impor não significam mais nada. Que esses tempos nebulosos que estamos vivenciando passem, levando para longe a doença e o sofrimento, mas que nos abençoe deixando como herança nossa humanidade.

57. Somos em grande parte fruto de nossas relações sociais, nos formamos do social, dos exemplos e influências dos outros. Quando temos posse desse conhecimento, juntando a ele um objetivo claro, é possível definir aquilo que nos tornaremos. Para isso basta escolher o que pretendo me tornar e buscar pessoas, atividades, conhecimentos e ambientes que sejam propícios para esse desenvolvimento, que tenham relação ínfima com ele. Ao mesmo passo, torna-se também imprescindível afastar-se daquelas pessoas, atividades, conhecimentos e ambientes estranhos ao objetivo almejado.

58. Nossa época nos apresentou a mudança fantástica que opera no mundo do trabalho, acredito que nunca pudemos ver tantas pessoas que ganham suas vidas e em alguns casos fortunas, a partir de um capital intelectual, ou criativo. Paga-se por pensamentos, pela manifestação do espirito, por bens imateriais, que consequentemente produzem bens materiais, porém o bem de consumo, nesses casos, não é produzido em fábricas, não é manufaturado em máquinas, não se produz nos campos, tão pouco em minas, nos céus, ou no fundo dos mares e rios, mas sim, na mente e nos espíritos humanos.

59. Comparo a realidade atual das redes sociais, com a antiga pena de lapidação, em que em meio à multidão alguém dizia: essa pessoa é uma adultera! E sem nenhum exame mais apurado o racional era desligado, dando lugar ao instinto básico, coletivo de apanhar uma pedra e apedrejar aquele infeliz. Vivemos tempos parecidos, somos um bando que copia e reproduz o que todos fazem e, interpretamos nossa cegueira como sendo marca de politização.

60. Planeja ser grande? Aproxime-se dos grandes e afasta-se dos pequenos. Objetiva ser bom? Aproxime-se dos bons e se distancie dos maus. Você será aquilo que aprende, convive, vivencia e deixará de ser tudo aquilo que afastar de sua vida.