Somos parecidos
Você é aquilo que não quer demonstrar
É um sonho que eu não ousei sonhar
Você é igual ao que sou, sente e não quer falar
Você é o açougueiro que aos domingos corta
a carne, descama o peixe, você é o homem do algodão
doce que passa gritando, e sorri ao ver a criançada
correndo atrás do seu carrinho
Ele enrola enrola no palito o algodão açucarado
e colorido, olha nos olhos de cada um,
reencontra o menino que um dia foi, mas ficou no canto
da estrada solitário, esquecido.
Você é aquilo que nunca quis ser, você se parece
muito comigo, e eu me pareço com você.