TRABALHANDO AS DIFERENÇAS

Ansiamos por mais paz, menos agitação, sem aborrecimentos, amizades e relacionamentos perfeitos nas nossas vidas. Entretanto, raramente funciona dessa forma. Há desafios nas nossas relações, crianças a cuidar adequadamente, contas a pagar, prazos a cumprir e problemas no trabalho, além de toda a balbúrdia e trânsito bloqueado.

Nossa forma característica de pensar, sentir, perceber e viver, determina a maneira como lidamos com os nossos problemas e relações interpessoais, pois, a dinâmica da vida é guiada pelas nossas crenças e pressupostos essenciais organizando a nossa realidade e dando sentido aos acontecimentos.

Desperdiçamos os momentos de hoje sobre o ontem que já não possuímos ou o amanhã que ainda está por vir, com as nossas expectativas em constante combate com a realidade.

Parte dos nossos problemas com expectativas é como nos sentimos também intitulados com essa aquisição cultural de si próprio. A maioria de nós não reconhece as suas expectativas porque disfarçam-se de objetivos, visões, crenças, suposições, e normas sociais.

Às vezes, esperançamos com base numa falsa premissa, formando expectativas automaticamente, sem esforço consciente. Quanto tempo até começarmos a fazer as nossas próprias escolhas e tomar as nossas decisões?

A sociedade vive e respira expectativas. As expectativas ampliam os acontecimentos a proporções desmedidas. Não aprecia quem não nos agrade. Espera que as crianças ajam de determinadas maneiras, e que os pais amem os seus filhos sem reservas, que os patrões tratem o subalterno de uma forma particular, que as relações atendam às necessidades das pessoas. Mas, ninguém pode ser quem nós queremos que eles sejam, pois são únicos, e mudarão nos seus próprios termos. Devemos apenas estender a graça a decisões que são diferentes das nossas.

Aguardamos por um grande acontecimento, que ia mudar a nossa vida. O momento por que esperávamos finalmente chegou, e descobrimos que não era tão especial assim. Esperávamos que fosse melhor do que isso. As visões dão as mãos com expectativas, saltando para as nossas vidas com um aspecto tão ideal, e depois a realidade aparece. "Não te glories de amanhã; pois não sabes o que um dia pode trazer". Provérbios 27:1".

Esperávamos mais das pessoas, mas elas nos desapontam. As relações são uma tarefa para o coração.

Quando esperamos que os outros sejam quem não são, agindo de formas não consistentes com os seus próprios interesses, colocamo-nos em posição de desilusão. É assim que as relações entre pais e filhos, amigos, ou parceiros íntimos sofrem.

Deus não quer que olhemos para o calendário com saudade em nossos corações, presos no passado. Nem para o amanhã com expectativas. Ele quer que vivamos os momentos que Ele nos concede.

As nossas expectativas estão em constante combate com a realidade, pois as coisas que esperamos, raramente estão à altura da nossa imaginação. Porque não deixar as nossas expectativas com Deus, como pedidos de oração, para que estas não nos governem e possamos nos desprender delas? "Senhor, seja feita a Vossa vontade", isso é uma expectativa esperançosa. A oração transforma as expectativas exigentes em expectativas esperançosas. Porque não abandonar as expectativas exigentes e trocá-las por esperança?

Quanto mais somos capazes de deixar as coisas ser, sem tentar mudá-las, mais experimentamos a liberdade. Isto não quer dizer que aceitemos ou toleremos comportamentos ofensivos ou violentos de outros, simplesmente escolhemos não aguentar mais o seu fardo, e continuamos a avançar com a nossa prática.

Quando já não convivemos com as nossas expectativas, experimentamos mais paz e contentamento ao deixarmos de exigir muito de nós mesmos e de esperar que os outros sejam quem não são.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 08/06/2021
Reeditado em 08/06/2021
Código do texto: T7273914
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