A MORTE NÃO ME ASSUSTA
Revisando com meus alunos as ideias, ou linhas de pensamento, que as tradições religiosas oferecem aos seus fiéis como respostas às suas angústias e indagações acerca do que os espera nos pós-morte (ressurreição, reencarnação, ancestralidade, niilismo). A temática é fascinante e tem conseguido despertar o interesse de bom número de alunos e suscitar alguns debates bem interessantes.
Do meu ponto de vista - e já que não tenho alunos como amigos no Face -, não precisamos ser budistas, nem alcançar o Nirvana, para nos livrarmos de futuras vidas, isto é, do eterno ciclo de nascimento e morte. É suficiente ser niilista, sem ser necessariamente pessimista, e apostar todas as fichas nesta vida, que é real e concreta, e procurar viver de forma leve para conosco mesmos e para com os outros.
O perdão não deve ser monopólio dos cristãos, nem de qualquer outra tradição religiosa. Perdoar deve ser uma prerrogativa de qualquer indivíduo, independentemente de ele pertencer ou não a alguma religião.
Desde que deixei de seguir uma religião, há mais de quarenta anos, desenvolvo a impressão de que soa egoísta aspirar à eternidade. Gosto da vida e tenho muitos projetos que gostaria de tempo para concluir. Mas há décadas a certeza da morte não me assusta mais.