LER & ENTENDER

"Leia! Quanto mais você puder e o mais rápido possível; para assim poder ler mais".

Há nessa frase um perigo grande.

Há quem diga que deve-se ler, tudo bem, mas, dessa forma, é pedida uma leitura, talvez, que não permite a evolução do leitor.

Há quem, seguindo esta, se gabe por ler, mensalmente, cerca de dez, vinte, trinta ou até mais livros. Usando de técnicas como a de uma leitura hiperrápida. Ouvi, quando ouvi falar nisso, críticas das mais variadas pessoas. Uma delas dizia repudiar tal ato, já que, em sua visão, essa técnica não traria prazer ao indivíduo.

Eu penso de uma maneira parecida.

Não creio que fazer isso necessariamente é algo errado. Há quem faça isso e entenda tudinho; gênios, sobrehumanos. Mas temos que atentar-nos: entender é diferente de "decorar".

Ler um amontoado de textos não significa que a pessoa entendeu-os.

Pode repetí-los tranquilamente, contudo, quando perguntado acerca do que foi lido, não saberá explicar. Apenas adquiriu informações. Não indagou a si (e ao texto) sobre o que foi lido (e escrito). Não buscou as respostas. Não evoluiu.