A ZORRA

Quero que diga se for virgem, com quantos andastes se não for

se tivera copulado por desejo ou piedade ou se te deitaste com todos

sem um mínimo de pudor.

Pois se gozas outros afetos, por que chama a mim de amor?

A zorra daqui é o carro doado, e em teu corpo suado não detectaste valor,

a ti, sem ter dinheiro teu, maior zorra ainda é o trancelim afanado

escárnio do que diz que se vendeu. Sem dinheiro o otário joga roleta e baralho

pensa que ganhou, perdeu.

A zorra bate no ombro diz: sou t’u amigo, passa a carteira

e tu sorrindo abestalhado comigo

a arma encostada na testa, a faca cravada n’umbigo.

O sorriso dos parlamentares é tão sarcástico

que os pleitos viram séculos e a esperança esmaece

a eternidade a sucumbir pela corrupção faz do deputado a criatura mais patética.

***

NOSSA VIDA É UMA GANGORRA

ORA EMBAIXO, ORA EM CIMA

ORDENADA OU UMA ZORRA

SEMPRE É UMA OBRA-PRIMA

Por: Mestre Jajá Guaraciaba

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 03/06/2021
Reeditado em 06/06/2021
Código do texto: T7270877
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