Paulo Freire e a incoerência do Marxismo
O Marxismo tem como um de seus fundamentos a negação da Natureza Humana. Sem esse “erro” intencional, ele simplesmente não poderia existir.
Paulo Freire, como bom marxista que era, não fugia à regra, porém ele “fez questão” de mostrar a incoerência do Marxismo e a sua própria, no livro “Pedagogia do Oprimido”.
Ele diz:
“Desta forma, por exemplo, querem (os oprimidos) a reforma agrária, não para libertar-se, mas para passar a ter terra e, com esta, tornar-se proprietários ou, mais precisamente, patrões de novos empregados.
Raros são os camponeses que, ao serem “promovidos” a capatazes, não se tornam mais duros opressores de seus antigos companheiros do que o patrão mesmo. Poder-se-ia dizer – e com razão – que isto se deve ao fato de que a situação concreta, vigente, de opressão, não foi transformada. E que, nesta hipótese, o capataz, para assegurar seu posto, tem de encarnar, com mais dureza ainda, a dureza do patrão. Tal afirmação não nega a nossa – a de que, nestas circunstâncias, os oprimidos têm no opressor o seu testemunho de “homem”.”.
E em outro local, ele já havia dito que:
“Constatar esta preocupação (a humanização) implica, indiscutivelmente, em reconhecer a desumanização, não apenas como viabilidade ontológica, mas como realidade histórica.”.
E ainda:
“Mas, se ambas são possibilidades, só a primeira nos parece ser o que chamamos de vocação dos homens.”
Com o raciocínio malabarístico próprio dos marxistas. Paulo Freire reconhece a desumanização como “realidade histórica”, mas não como “vocação dos homens”, atributo que é apenas da “humanização”.
Fica assim (sub)entendido que, não sendo a “desumanização” uma “vocação dos homens”, ela foi induzida por um fator externo (seria por acaso pelo desumano e perverso Capitalismo?).
Pesquisas já mostraram que a influência do PT nos bairros de periferia de São Paulo caiu muito nos últimos anos, porque os “pobres” ou o “povo”, como os socialistas gostam de se referir a essas pessoas, não querem ser pajeados e viverem de migalhas a vida toda, eles não querem “fazer a revolução do proletariado”, eles querem se integrar a ‘burguesia”, a qual têm como modelo a ser seguido, como o próprio Paulo Freire reconhece ao dizer que “os oprimidos têm no opressor o seu testemunho de “homem”.”.
Embora Paulo Freire tenha dado a entender que esse “detalhe” seria apenas mais uma dificuldade a ser superada pela sua milagrosa “pedagogia”, ele é uma das expressões da Natureza Humana e como tal, não pode ser ignorada como fez Karl Marx e nem eliminada como ele propôs.
Aí fica evidente uma diferença entre Karl Marx e Paulo Freire. Enquanto o primeiro simplesmente ignorou a Natureza Humana para viabilizar suas teorias, o segundo a descreveu e depois “passou a borracha” para justificar sua “pedagogia”.