As ancas dela
Ali – onde habita o seu sagrado, onde a vida é renovada em forma de dança, onde meus olhos docemente repousam, onde ela, volumosa e cheia de curvas, esconde alguns dos seus mais profundos segredos – é ali, nos portentosos quadris daquela fêmea, que aprecio atracar-me com alguma regularidade, por ser um porto mais que seguro, por ser eu, barquinho à deriva que, ante o agito do mar, não hesito em lançar minha âncora nas tranquilas águas do atracadouro que ali existe.