E S P E R A N Ç A?
A política, tal como a ciência e a religião, é uma faca de dois gumes - nem inerentemente boa nem intrinsecamente má, mas um instrumento nas mãos de quem as utiliza.
O paradigma da conjuntura de conceitos e crenças da política moderna deixada pelo desprotegido e intelectualmente inviável Iluminismo está no final de sua influência, nos legando uma profunda crise política e a necessidade de uma mudança rápida e decisiva para um modelo de governo completamente diferente.
A análise da situação atual é um desafio, em vista das exigências da corrente pandemia mundial, quando vivenciamos um momento de ressurgimento do nacionalismo de direita, populismo, e uma crise da esquerda em todo o Ocidente, enquanto um padrão diferente de conhecimento vulgar em nosso cotidiano político emerge na cultura do consumidor.
Não devemos esperar uma amostra formal do novo modelo da política ou da filosofia que o justificará, e antecipar assimilar a nova política sem compreender a velha ordem, algo que será apreciado no futuro.
Diante de uma ameaça às estruturas profundas das ideias políticas governantes modernas, das premissas culturais dominantes, dos valores e a concepção pessoal das pessoas em sua consciência de identidade, e de seu papel social e seu valor individual, faz-se necessário uma política de consciência fixada numa nova concepção do direito natural apropriada à idade da ecologia.
Quando um sistema político está em crise, reflexões superficiais podem ser passíveis de confundir sintomas com causas, e as reformas convencionais baseadas nestas análises falharão, e podem piorar a situação.
A disposição e ordem dos elementos essenciais que compõem a ideologia estabelecem dimensionalmente as estruturas institucionais e ideológicas que moldam a base dos acontecimentos que classificamos como problemas que, tornam-se sem importância em tempos de crise, quando as ideias básicas do próprio sistema precisam de mudanças radicais, em momentos de escassez política onde as definições sociológicas e a reforma institucional perdem sua eficácia.
Mais do que nunca é necessário reexaminar o familiar e o óbvio de uma perspectiva que afronta crenças profundas sobre a nossa forma particular de política na civilização moderna em que está inserida e sobre o próprio empreendimento da civilização para rever as questões, outra vez, e compreender claramente porque razão as velhas soluções obsoletas deixarão de servir dentro da visão restrita do pensamento político endêmico do país, cujas velhas formas de pensar e agir são moribundas, e outros aspectos da realidade social são escondidos da vista de outra maneira, sob a ação manobrista dos chamados liberais e conservadores que não debatem os fundamentos, mas somente discutem sobre quem recebe o quê, quando, como.