A linguagem como Ferramenta Polarizadora

No engendrado mundo de múltiplas aplicações, temos a constante certeza de que podemos abarcar o todo mediante a aplicação da linguagem como ferramenta de validação dessa capacidade.

Abraçar o mundo em generalizações nos torna frequentemente mais eloquentes, através do torpor gerado com a pretensa capacidade, ou ainda com o medo do outro questionar tamanha incapacidade de si mediante tais colocações.

A linguagem ai determina o saber, não para si em realidade, mas talvez mais importante, para o meio social imediato, tornando assim o sujeito detentor de uma aura de conhecimento, que não possui realmente, mas que determina sua condição social.

Assim, torna-se evidente uma vitoria em qualquer debate, e influencia para com os observadores, mas não busca em si a condição de verdade, como busca da linguagem através do dialogo.

A destruição é sua condição, onde antes se via construção, a linguagem portanto passa a destruir a oposição de si e transforma o pensamento em confiança determinada a abarcar a realidade, o alto engano se conflagra.

Não há validação que não no outro, por isso Socrates buscava através do debate, da técnica dialética, afirmar seus próprios conceitos para si, e portanto utilizava da linguagem como ferramenta de validação epistemológica, o contrario disso, mais do que seja possível aos Sofistas, atualmente essa mesma ferramenta, tem por objetivo a destruição do outro, em si, como sujeito, através da linguagem.

Destruir o pensamento antagônico, buscando vencer um debate não é mais o objetivo, e sim a destruição do outro em si, como pessoa, e somente assim se acredita ter determinado uma validação de conhecimento, mas não se questiona o pensamento do outro, só há, portanto, a argumentação Ad Hominem.

Não há ataque a ideia em si, não há dialogo sobre as ideias em si, muito menos, como os sofistas, discursos sobre as ideias em si, há apenas a argumentação de que o outro não serve para determinar tais pensamentos, e portanto, busca-se a destruição do pensamento em seu próprio sujeito, em seu meio de afirmação.

A técnica em si, desconstrói o outro, não a concepção, mas para alem disso, demonstra aos observadores que se pensarem em travar tais diálogos, sua destruição é o caminho do adversário.

O medo, como técnica da linguagem, gera o silencio de holocaustos e genocídios, trabalhando para que os precursores autoritários possam reafirmar seu poder sobre o todo. O caminho é totalitário em essência, pois busca-se o controle do próprio pensamento, pois quem pensa diferente determina em si um caráter moral de monstros perpetradores da morte.

Como arma, a linguagem age para matar o que deveria ser a própria essência humana, o dialogo antecessor da política, e fundamental para a miríade social estabelecida.

Não há assim, fundamentações antagônicas possíveis, e o limite é apenas o do mal banal.