DISRUPTIVO

DISRUPTIVO

Entre o que pensa, o que sente e o que vê, não há qualquer junção. Pensa viver numa terra linda, sente-se angustiado por tanto e evitável sofrimento e vê o descaso que grassa irremediável, ceifando confiança e vida num porvir alvissareiro. A fria manhã, bela em azul, ameniza o cinza que o cobre, mas não apaga a dor que finge não sentir.

Olhos, ouvidos, tato, olfato, perdendo sentido, em dia de alma vazia. Não há grandeza, tampouco banalidade, utilidade ou inutilidade, apenas desastres aqui, ali, lá, acolá, em comboio. O sol é o mesmo que sempre virá aquecer, o horizonte não, que loucura, a frieza que invade.

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 25/05/2021
Reeditado em 25/05/2021
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