A Ordem
Ficava o cavalo preso a uma cadeira de plástico sem tentar livrar-se. Habituado que estava a ficar amarrado nunca percebia a diferença entre uma cadeia a sério e uma a fingir. Há gente assim, que fica presa a linhas que convencionou não poder ultrapassar, a incapacidades que nunca existiram. Chamavam-na gorda em criança e ela, mesmo depois de já não ser, sentia-se inferior, sem o direito que todos, mesmo os gordos, têm a fazer, dizer, ter liberdade e opinião. Move-se o mundo pelo comando dos que eliminaram todas as fronteiras. Posso, quero, faço, um poder que engloba cuidado, inteligência, saber. Quero, um querer que inclui o respeito pelo outro sob pena de ser vão e inútil. Faço, um fazer que integra a vontade. Um dia, chego lá, amanhã penso nisso, deixarei para fazer depois e o dia não vai chegar como é óbvio. As pessoas sem definição de objectivos e sem vontade a si mesmas colocam limites, a si próprias se impedem de andar. Só criando problemas se acham as soluções, só sendo espiritualmente livres poderemos dilatar fronteiras, vencer obstáculos, ir onde alguém disse por dizer que não poderíamos. Quem não aceita recados de tiranos está destinado a liderar, quem exige saber para onde vai nunca vai ao engano. Há, ainda, grupos que nunca avaliam nada. Vão ou regressam porque estão com muitos e alguém vai pensar ou decidir, resolver ou lutar por eles. Muitas vezes não chega a sua vez!