ATEMPORAL
O tempo parece um mistério! Quando queremos que passe rápido, transcorre devagar, e quando queremos que passe devagar, passa depressa. Talvez, seja a nossa própria carência que faz o tempo parecer fazer o contrário.
Não há resposta para o problema do envelhecimento, que parece uma roupa que não nos assenta bem. Pois, não só não se ajusta, como nem parece ter forma própria, porque a nossa ideia de idade muda à medida que envelhecemos. Quando somos jovens, queremos ser velhos e quando somos velhos, queremos ser jovens. Atualmente, qualquer pessoa que seja cerca de quinze anos mais velha do que nós parece '‘velha’', e qualquer pessoa quinze anos mais nova parece jovem. A alternativa é compreender e aceitar que cada momento de nossa vida é único e uma realização de conquista de mais tempo e conhecimento.
Quando temos um problema sobre a passagem do tempo, nos separamos do tempo, como se fosse algo estranho e à parte. Mas o tempo é nós mesmos. Quando se dá uma hora do tempo a alguém, dá-se uma hora de si mesmo. Portanto, tentar separar-se do tempo, querendo que ele vá rápida ou lentamente é separar-se de si próprio.
‘Ontem’, o nome que atribuímos ao dia foi ‘hoje’. Ao dia ‘Amanha’, chamaremos de ‘hoje’. Cada dia é hoje. Não há nada mais novo do que agora, enquanto pensamos no fluxo do tempo, pois estamos sempre na origem do momento presente. 'Amanhã' não tem significado, pois ainda não surgiu, é apenas um pensamento. Não há, também, sentido na palavra 'ontem'. Nunca houve um ontem. Nunca ninguém viveu através de um ontem.
Nossa juventude, é a parte mais antiga de nossa história! A parte mais recente é agora mesmo. Nunca fomos mais novos do que somos aqui e agora, onde estamos!
O imutável entende a intemporalidade da vida, de que ontem é a memória de hoje e amanhã é o sonho de hoje. Mas a nossa alma é tão jovem como quando foi criada. Demais, a imagem exterior, que aceitamos pouco a pouco, torna-se natural, sem sentirmos, e não importa muito. Devemos nos ocupar, apenas, em fazer uma boa viagem.