BENVINDOS ALPINISTAS E MERGULHADORES

Certa vez, perguntaram ao Dalai Lama: O que mais te surpreende na humanidade? Ao que, ele respondeu: “Os homens me surpreendem... os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde; e por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver o presente nem o futuro; e vivem como se nunca fossem morrer e, morrem como se nunca tivessem vivido.”

Por outro lado, vivendo intensamente, temos os alpinistas, que escalam montanhas e ampliam os seus horizontes, e também os mergulhadores, que exploram as profundezas insondáveis, conscientes de que o caminho é infinito diante das suas limitações, e ambos adquirem experiências que estão fora do alcance da visão dos acomodados amantes das superfícies, que se autolimitam.

Esta metáfora se refere àqueles que praticamente estacionam, ou reduzem drasticamente a velocidade da sua própria evolução na obtenção dos conhecimentos, e também àqueles que, ao contrário, concentram seus esforços para aprofundar os seus conhecimentos em todos os sentidos, despojados de preconceitos que bloqueiam as introspecções.

Os intrépidos alpinistas e mergulhadores, acabam descobrindo que não há nada além da curva, pois o Universo, autocontido em si mesmo e sem limites, é uma Esfera além da qual, ou da sua curva, não existe nem o próprio além. Mas, para chegarem a essa fronteira, eles adquirem conhecimentos que não se encontram nas planícies, e sim, com a mais absoluta exclusividade, no topo das montanhas e nas profundezas insondáveis.

Enquanto isso, os amantes das planícies estão empenhados em descobrir o sexo dos anjos, ou degustando os videogames, ou enroscados nos celulares, ou vidrados na televisão, ou esbravejando nas arquibancadas dos estádios, ou saltitando nas passarelas das escolas de samba, ou disputando sobre as ideologias político-econômicas, ou tomando um porre no boteco da esquina, e temos ainda os apreciadores de massagens no ego, buscando o sucesso nas redes sociais, notoriedade, aplausos, elogios, confetes. ☹

O tempo de vida útil do ser humano é muito breve e se esgota rapidamente, razão pela qual não se pode desperdiçá-lo nas futilidades da vida. Como aproveitá-lo da melhor forma possível, talvez se torne mais visível, depois que os interessados vierem a conhecer a história da vida da atriz Marta Anders.

Na jornada maluca em que a vida se transformou nestes tempos modernos, as pessoas mais atentas e mais constantes nas introspecções, certamente já observaram a confluência de alguns eventos que se incorporam na mesma direção, o que sugere uma reavaliação das circunstâncias pessoais, para eventuais correções de procedimentos. Boa viagem.

Deus não levou em conta os tempos da ignorância, mas agora ordena que todos os homens, em todos os lugares, se arrependam. (Atos 17:30)