Saudades aleatórias.
Reservei pra você o meu melhor abraço.
Mas não posso esconder que nele depositei saudade.
Saudade do aconchego que seu colo proporciona.
Saudade do aroma que sua pele exala.
Saudade do calor que a meu corpo aquece.
Saudade do sabor que a minha boca apetece.
Saudade do toque da sua mão.
Saudade da cumplicidade e compreensão do teu olhar.
Saudade de achar que o que é solitário
pode também ser par.
Saudade da tua gargalhada,
ou mesmo uma quase tímida risada.
Saudade dos olhos a lacrimejar.
Saudade da tua energia, da tua alegria
que encanta e inebria.
Saudade da dança ensaiada.
Saudade do teu jeito engraçado.
Saudade da cabeleira molhada.
Saudade do teu ser tímido, quase sem jeito,
se achando sem graça.
Saudade de fazer as piadas sem graça
das quais só você ri.
Saudade de desistir de sumir,
por saber que tenho você aqui.
Saudade da vergonha contida.
Saudade da clareza das nossas conversas,
da tua pele de seda.
Saudade da coragem escondida.
Saudade da tua imaginação.
Saudade do carinho retribuído na minha mão.
Saudade da sua compreensão.
Saudade do seu tempero,
do teu jogo de cintura, teu quase remelexo.
Saudade da constante disposição.
Saudade da saudade que se faz presente,
mesmo quando você por aqui está.
Saudade do teu cheiro, da mão suada,
da boca rosada, da toalha molhada.
Saudade de estar contente
apenas por saber que você também está.
Saudade dos passeios que não fizemos,
dos aromas que não sentimos,
dos sorrisos que ainda não sorrimos.
Saudade do riso largo, do piscar de olhos.
Saudades dos sonhos
que tivemos ao mesmo tempo,
mesmo sem compartilhar.
Saudades das bochechas ardendo
com a timidez não muito bem disfarçada – mesmo
quando isso te fazia dar risada.
Saudade dos nossos segredos, das aventuras,
do perigo, da gruta escura.
Saudade da pureza e romantismo
peculiar do nós que não conseguiu existir,
tampouco conseguiu fingir que não existia.
Saudade que não vivemos.