A melhor versão de mim

Sabe, eu mudei muito nos últimos meses. Eu sou uma pessoa muito diferente do que era há um ano. Eu já tinha mudado bastante, mas o último ano me impactou de forma surreal. Sinto que me transformei mais nas últimas semanas do que nos últimos anos. Todavia, a minha maior mudança foi emocionalmente. Já não sou mais a mesma menina assustada que pedia o tempo todo para ser amada, aceita, entendida, parte de um grupo. Não. Eu sou uma mulher madura, segura de si, independente. Agora, posso dizer com orgulho que eu é quem posso não amar, entender ou aceitar.

Sabe, o que eu percebi que mudou em mim é que eu deixei de ser tão fria. Eu sou muita intensa, mas eu sempre escondi essa intensidade por não saber lidar com ela e por acreditar que ninguém entenderia. Aí eu decidi parar de me sabotar e demonstrar mais o que sinto. Mas, eu aprendi a controlar melhor toda essa intensidade. Há momentos em que posso ser chama e quando posso ser apenas uma brasa. Prefiro ser brasa a maior parte do tempo: se ninguém mexer, fico na minha, quieta; mas se me tocar, pode se queimar.

Sabe, a melhor parte da pessoa que tenho me tornado, é que eu consigo me priorizar. Já não penso mais no que os outros vão dizer ou pensar. Tenho pensado mais em mim. Consigo parar e pensar antes naquilo que eu almejo. Tenho até conseguido deixar para lá, o que sempre foi difícil, porque sou o tipo de pessoa que deixo as coisas como estão, mal resolvidas. Mas entendi que nem tudo eu posso controlar e o melhor muitas vezes é deixar sem resolver, que só pioraria o que já é ruim.

Sabe, acho que crescer é ser uma pessoa mais contida. É bem difícil para mim. Eu sou um tipo de extremos. Ou sou pedra de gelo ou sou água fervendo. Os meios não me encantam. Mas, eu estou conseguindo ser mais contida. Não me sufocar por querer tudo, ao extremo. Eu estou aprendendo a ser mais paciente, a esperar e deixar fluir tudo o que não posso controlar. Aprendi que só posso mensurar o que sinto e o que faço com isso, não como os outros reagem.

No mais, eu só agradeço pelo meu atual eu. Sem tanto desespero para relacionamentos, sem tantas cobranças excessivas para atender expectativas alheias. Filtrando sentimentos que são bons e o que é mal deixar para lá. Evitando desgastes desnecessários e me poupando de batalhas que não valem a pena. Entendi que quem vence uma guerra é aquele no final dela permanece em pé. Eu estou aqui, em pé. E serei melhor a cada dia.

Belinda Oliver
Enviado por Belinda Oliver em 15/05/2021
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