O SOM DO SILÊNCIO

Embora o silêncio possa parecer sem importância e quase extinto, na cultura moderna, as observações sobre este tema simbolizam muito mais.

O silêncio não é um monstro a roubar alegria, mas uma revelação de quebrantamento que revela as nossas antigas dores silenciosas, as feridas que precisam ser expostas, permitindo-nos insistir nas questões difíceis que não queremos pensar sobre o significado da vida, a condição humana e a necessidade de restauração eterna.

Mas, demos ao barulho nosso consentimento para preencher cada momento da vida. Criamos fontes de som e de distrações para cada situação. Como resultado, o silêncio tornou-se um lugar que escolhemos não visitar.

Somos acordados ao som de um alarme. Até durante orações religiosas na igreja, tocam um instrumento acústico no fundo para nos manter a salvo do silêncio meditativo. Demais, para sermos socialmente aceitos, temos de estar ligados culturalmente, e ouvir a zoada.

Às vezes, preferimos o rumor porque tememos o que podemos sentir se moderarmos. Pois, escondermo-nos no clamor da diversão deixa-nos iludir a nossa solidão e inseguranças, porque parece nos unir a todos os outros problemas. No entanto, essa evasiva falha, porque a resposta à nossa pausa não se encontra ao evitar o problema, mas ao pressioná-lo.

Todos temos um desejo inato e saudável de pertencer, e o silêncio permite-nos realmente sentir. Mas, priorizar o silêncio requer coragem.

Que reconheçamos isto ou não, essencialmente, estamos sozinhos e, a nossa busca vitalícia pela comunhão é também a nossa tentativa desesperada de silenciar esse sentimento. Esta solidão revelada no silêncio apavora-nos, e em vez de pararmos para explorar e compreender, fugimos.

Amortecer as nossas dores silenciosas, com o ruído, faz a vida perder a sua sanidade. Estas tragédias expostas, tanto as lesões emocionais suprimidas quanto a separação da salvação, são feridas infectadas que não cicatrizam até serem tratadas. Com o silêncio, a cura começa. A consciência desta dor universal proporciona consolo e intimidade. Não estamos sozinhos em nossa solidão. Precisamos de silêncio para sobreviver.

O que a crise global de saúde nos legou é uma oportunidade única na vida para parar, descansar, cessar em parte e temporariamente a nossa produção e consumo maníaco, unir a humanidade, ver e refletir sobre nós próprios, a nossa fé e o nosso país sob uma luz honesta, como uma oportunidade para definir um novo normal, uma chance rara e verdadeiramente sagrada, experimentando Deus em silêncio, como uma prática espiritual.

Em silêncio, deixamos de nos esconder perante Deus, e a luz de Cristo pode alcançar, curar e transformar até aquilo de que nos envergonhamos. Em silêncio, a palavra de Deus pode alcançar os cantos escondidos dos nossos corações e a palavra revela-se "mais afiada do que qualquer espada de dois gumes, perfurando até dividir a alma do espírito" (Hebreus 4:12).

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 15/05/2021
Reeditado em 15/05/2021
Código do texto: T7256216
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