O artista
Com a elegância servil das vielas, o artista serve o público. Seu cotidiano, um vazio caprichoso, é uma natureza reservada tão somente a ele; e a arte, uma vertigem esticando o movimento, como se o parapeito fosse a sua mão esquerda, ele, o artista, um mero mercador sob um toldo, num último retoque, como o perfume doce da espreita da pessoa amada, deixava que as palmas a beijassem.