O poder que não usamos
Desde pequenos, principalmente quando começamos a entender o mundo ao nosso redor e nos impressionamos com aqueles desenhos animados e filmes que retratam histórias de heróis com poderes admiráveis, passamos a desejar ter esses mesmos poderes. Indagamo-nos sobre como seria legal voar, falar uma palavra qualquer e fazer algo acontecer, estender as mãos e atrair para elas qualquer objeto que quiséssemos. E mesmo depois de adultos ainda nos pegamos divagando sobre esses pensamentos: parece que a vida seria mais fácil se conseguíssemos ver o futuro, adivinhar o número da sorte ou ler a mente daquela pessoa que amamos e que nos últimos dias tem estado mais distante. Mas tudo isso é irreal, é fantasia e é ingenuidade. Esses poderes só nos trariam maiores problemas, preocupações para as quais não teríamos estrutura. Mas temos um poder muito melhor do que tudo isso que cobiçamos. É uma pena que poucos o utilizem.
É o poder de amar. Tudo e todas as coisas. Todos os seres e todas as pessoas. Um poder que salva, liberta, cura, recomeça, compartilha, alegra, conforta, consola, acaricia, suaviza, esperança, colore, incentiva, motiva, melhora, aperfeiçoa, atrai, supera, suporta, vence. O poder de amar é o nosso poder sobrenatural, é a força de que precisamos para combater o mundo, para vencer as injustiças, para fortalecer os laços, para tirar sorrisos de alguém. É legal ver nos filmes quando o super-herói salva uma criança de ser atingida por um carro desgovernado, mas é sublime quando sabemos que o sorriso no rosto das pessoas é motivado pelo amor que a elas concedemos.
E não precisa ser um amor no sentido romântico. Pode ser apenas amor. Amor pelas pessoas, pela humanidade, pelo planeta no qual habitamos, pela vida que temos. E quando usamos esse amor, quando assumimos esse nosso lado heroico, somos capazes de dissipar as nuvens do dia de alguém e, mesmo no meio de tantas ruínas e tragédias que possam estar lhe ocorrendo, levar um pouco de paz, um pouco de alívio. Esse poder faz o solitário se sentir acolhido, faz o rejeitado se sentir pertencente. Esse amor nos interliga, conecta-nos uns aos outros, faz-nos respeitar todos os seres. E através desse respeito refletimos sobre as nossas ações, pensamos sobre os nossos gestos e nos fiscalizamos a fim de evitar os excessos. E quando fazemos isso melhoramos a nossa casa, cuidamos dos nossos relacionamentos e protegemos a natureza. E o resultado são pessoas mais equilibradas, controladas, que por saborearem o viciante gosto do amor não querem saber do pegajoso amargor do ódio. E assim temos sociedades mais evoluídas, mais sábias, mais afetuosas. E o planeta também é cuidado, é zelado, é protegido. Porque tudo se conecta em um nível que nem imaginamos.
Você tem um grande poder. O maior de todos. Você pode amar.
(Texto de @Amilton.Jnior)