ESCOLHAS

Um tom sombrio move-se implícito da conversa quotidiana do mundo. Nossas necessidades conscientes estimulam a nossa criatividade com a natureza rendendo-se à exploração de nossas invenções seguindo no encalço de cada necessidade consciente, cujos resultados nos beneficiam, enquanto os maus resultados da atividade científica nos prejudicam. Contudo, a maioria é cientificamente assistida de alguma forma, e outros são prejudicados de outra forma, por consequências dos rápidos e incríveis avanços do conhecimento humano aplicado.

O pensamento dos cientistas e o trabalho dos engenheiros, entre inúmeras outras invenções, nos possibilita conversar à distância através de um fio, ou uma onda invisível. Não há razão para aceitar o preceito de que o pensamento meticuloso razoável é errado para o pretendente espiritual, mas certo para o materialista mundano. Há tempo que o místico não é amistoso dos processos intelectuais e não se sente à vontade com os práticos.

Nossas apreensões, com o medo substituindo a fé, em suspense prolongado e na expectativa ansiosa são intermitentes com preocupações à medida que nossas esperanças alternam procurando encorajamento uns para os outros, mas não encontram. A qual destino a nossa civilização moderna conduz?

A verdadeira tragédia atual não encontra-se tanto nos acontecimentos externos sem precedentes em si mesmos, mas na indigência ética e na enfermidade espiritual sem precedentes que eles revelam de forma evidente. Os vários conflitos armados demonstraram o potencial para o mal que ainda insidia no homem. Os terríveis choques físicos das guerras repercutiram nos choques mentais que se seguiram forçando o homem a examinar, e consequentemente a descobrir, os valores e as verdades, bem como os erros e os delírios nas suas perspectivas. A violência das guerras tem sido sucedida pelo tumulto da paz. O idealismo e sacrifício do primeiro foram seguidos por uma recaída no egoísmo e cinismo do segundo. As influências da desintegração moral e da perturbação social são ameaçadoramente ativas.

Se a crise global de saúde esclareceu muito para algumas mentes, confundiu tudo para muitas outras. Quando ouvimos as opiniões conjuntas das pessoas em suas explicações descritivas e sugestões prescritivas, soam tão contraditórias e os problemas difíceis de resolver, pois, não sabem para onde se virar para a verdade, nem o que acreditar no presente ou o que esperar no futuro, indecisas com as incertezas paralisantes e desanimadas com as notícias espantosas que escutam diariamente nos jornais, fazendo a maioria delas sentir que estão a ser transportadas, não sabem para onde, hesitantes em como lidar com as dúvidas que infectam a sua consciência ou com os obstáculos que interferem com a sua conduta.

Se a pandemia trouxe à humanidade contágio e morte, problemas práticos profundos e mais miséria, também trouxe uma profunda oportunidade de a humanidade ser humilhada pelo sofrimento sob a terrível pressão dos acontecimentos, purificando-se de crenças insensatas e conceitos materialistas, ensinado por reflexões e envergonhada por erros. Deste amplo sofrimento, todos têm a oportunidade de surgir, castigados, purificados e mais sábios.

Será que cada época tem de aprender de novo a sua ética e, que a alma desocupada do homem nunca virá a repousar?