EU QUERO SABER

Os seres humanos, com a sua capacidade de pensar e construir os seus raciocínios, formulam complexas conjecturas, elaborando indagações, que se acumulam nos depósitos do seu intelecto, aguardando respostas ou soluções que resolvam as suas inquietações. Muitos desistem, outros absorvem as conclusões que lhes incutem na mente, e poucos são os que persistem na busca das respostas por si mesmos, com a garantia da maior confiança, sem a intervenção dos interesses dos sofistas, e dos escribas e fariseus, que se movimentam pelas redes de supermercados da fé, vendendo as suas conveniências, assim como também os físicos teóricos com as suas fantásticas teorias e seus extensos e ilusórios números, que vendem como se fossem constatações comprovadas. Temos ainda, aqueles que se escondem nas próprias dissimulações, recorrendo ao preenchimento do tempo por diversas maneiras, mas as inquietações subsistem, subjacentes a tudo, gerando o permanente tumulto interior.

Nessa trajetória, para complicar a construção das convicções, temos entre as ciências humanas e exatas, alguns redutos dos sofistas, que podem dificultar a caminhada, colocando obstáculos no nosso caminho. Na cosmologia, temos principalmente os astrofísicos com as suas teorias mirabolantes, onde nem conseguem conciliar as suas próprias teorias, como por exemplo, a Teoria da Relatividade Geral de Einstein, com o Princípio da Incerteza de Werner Heisenberg. Nas ciências humanas, nós temos a Teologia, que em seu próprio nome relaciona Deus com a racionalidade, com a pretensão de obter o conhecimento de Deus através da Razão, o que somente é possível através da Graça e pelo espírito. A Logosofia, que associa a racionalidade com a Sabedoria, o que também é impossível. Temos a Filosofia, que indica apenas uma inclinação pela Sabedoria, o que significa apenas a sua busca. E a que realmente nos interessa, a Teosofia, que unifica Deus e a Sabedoria, expressando a Sabedoria Divina, que se expõe nos conhecimentos obtidos pelos insights espirituais, que se escoam pelo canal da intuição.

Com a disposição de encontrar a Sabedoria, e atendo-nos às nomenclaturas, podemos descartar a priori a Teologia, que nem sequer traz Sofia nominalmente. Resta-nos então, as demais, para localizarmos onde realmente podemos encontrar Sofia, entre essas três nomenclaturas que a mencionam no seu próprio nome.

A Filosofia saiu na frente, buscando o conhecimento racional de forma sistemática, surgindo na Grécia em meados do século VI a.C. com o propósito de explicar o mundo de maneira sistemática e racional. A Teologia foi ativada pelos escribas já na Antiguidade, amealhando através dos tempos, compulsória e ou espontaneamente, muitos milhões de adeptos e seguidores, se propondo a representar Deus perante a Humanidade, como sendo a intermediária entre Deus e os homens, e também surgiu na Grécia, sendo incorporada pelos escribas entre os séculos IV e V. A Logosofia é a mais nova, surgiu em 1930, encontrando pouco espaço para a sua expansão, espaço esse tomado pela Teologia. A Teosofia surgiu no século III em Alexandria, no Egito, com o notável pensador da época Amônio Sacas, que foi o mestre de Plotino, um dos fundadores do neoplatonismo. No século XIX Helena Petrovna Blavatsky fundou a Sociedade Teosófica, trabalhando na reunião e sintetização dos conhecimentos teosóficos, reunidos na sua obra principal, Doutrina Secreta. O sistema atual de atuação dos operadores na sua propagação, apresenta-se intencionalmente passivo, ficando na expectativa dos eventuais interessados nos conhecimentos teosóficos, o que estabelece a lentidão ou mesmo estagnação no seu desenvolvimento, pois a grande maioria das pessoas desconhece totalmente a própria existência da Teosofia, como uma ciência de profundos conhecimentos essencialmente espirituais, que deve, ou deveria, ser do interesse geral daqueles que aspiram o aprofundamento espiritual.

A Filosofia se integrou relativamente com o grande e poderoso Sistema da racionalidade e ocupa também o seu relativo espaço, mas ela se desviou do seu rumo original, mesclando-se com a Filologia, onde se acha a inclinação exclusiva pela racionalidade, enquanto a Teologia se expandiu vertiginosamente, tanto na riqueza como no poder político, exercendo habilmente o sofisma e a prestidigitação sobre as ovelhas mais humildes, estabelecendo até um estado próprio e independente. Já a Teosofia, na pratica, foi erroneamente isolada no ocultismo, pela própria Sociedade Teosófica, sendo desconhecida entre uma enorme parcela da humanidade. O seu maior representante é Jacob Boehme (1575 -1624), um simples sapateiro alemão, que deixou em suas obras literárias, o maior legado teosófico de todos os tempos, pouco conhecido, praticamente escondido, o que acarreta o bloqueio do interesse e consequente expansão da Teosofia, que é mantida isolada, como uma propriedade particular, que não pode ser distribuída a todas as pessoas, expandindo o interesse pelos conhecimentos espirituais

A composição dos nomes dessas ciências estabelece indicações, que devem ser levadas em conta pelas pessoas que se dispõem a estudá-las. A Filosofia associou o “filo” que significa uma inclinação, com Sofia, que significa sabedoria, o que mostra que ela apenas se inclina pela busca da sabedoria. A Teologia, associa Deus com a racionalidade representada no “logos”, que é uma associação impossível, como se vê em I Coríntios 2:14 a 16. A Logosofia faz a associação da razão com a sabedoria, o que também é impossível, conforme nos mostra a história da humanidade, por onde se observa que o ser humano não consegue obter a sabedoria através da racionalidade. A Teosofia estabelece a conjunção que é intrínseca, de Deus e a Sabedoria, constante do seu significado, que é Sabedoria Divina. Esse é o único caminho.

A Filosofia, a Teologia e a Logosofia, se expandem pela racionalidade, tanto pelo interesse como pelo intercâmbio entre as pessoas, pois elas se restringem exclusivamente à esfera racional, concentrando-se e detendo-se apenas na literalidade de todas as circunstâncias. A Teosofia, porém, admite a racionalidade apenas no tocante ao interesse no aprofundamento, para a obtenção dos conhecimentos espirituais ou teosóficos, cuja obtenção depende exclusivamente dos insights espirituais, adquiridos intuitivamente, como propriedade pessoal e intransferível. Contudo, essa aquisição é uma concessão obtida pela Graça, que transcende e extrapola a racionalidade, independentemente de quaisquer atributos pessoais.

O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são absurdas, e não pode entendê-las, porque se compreendem espiritualmente. Mas aquele que é espiritual compreende todas as coisas, ao passo que ele mesmo não é compreendido por ninguém. Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. (1 Coríntios 2:14 a 16)

Onde está o sábio? Onde está o instruído? Onde está o questionador dessa era? Por acaso Deus não tornou absurda a lógica deste mundo? Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo por sua própria sabedoria não o conheceu, foi do agrado de Deus salvar os que creem por meio do absurdo da pregação. Pois, enquanto os judeus pedem sinais, e os gregos buscam sabedoria, nós pregamos Cristo crucificado, que é motivo de escândalo para os judeus e absurdo para os gentios. Mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é poder de Deus e sabedoria de Deus. (1 Coríntios 1:20 a 24)

Ainda tenho muito que vos dizer, mas não podeis suportá-lo agora. Quando, porém, vier o Espírito da verdade, ele vos conduzirá à toda a verdade. E não falará de si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, pois receberá do que é meu e o anunciará a vós. (João 16:12 a 15)

E quanto a vós, a unção que dele recebestes mantém-se em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine. Mas, a unção que dele vem é verdadeira, não é mentira, e vos ensina a respeito de todas as coisas; permanecei nele assim como ela vos ensinou. (1 João 2:27)

Na verdade, a Teosofia não é uma doutrina secreta, mesmo porque ela se exibe há muito tempo, seja na Bíblia ou nas obras de Teósofos, como Jacob Boehme, e outros Pensadores, como Francis Collins, C. S. Lewis, H. P. Blavatsky, assim como nas intuições de Zenão de Eléia, Baruch de Espinoza. Isaac Newton, Albert Einstein, Georges Lemaitre, Huberto Rohden, e outros, que poderão ser pesquisados por aqueles que desejam se aprofundar nos estudos da Teosofia, em busca do tesouro maior: a Graça Divina, que resulta irrevogavelmente no novo nascimento, e no acesso aos conhecimentos de Deus.

A importância da Graça Divina está no próprio conhecimento obtido e na sua consequência: Jesus lhe respondeu: Em verdade, em verdade vos digo que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo. Em verdade, em verdade vos digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. (João 3:3,5)

E se alguém deseja a profundidade da ciência, ela é a que sabe o passado e que julga do futuro; conhece a sutileza dos discursos e as soluções dos argumentos; sabe os sinais e os prodígios antes que eles apareçam, e o que tem de acontecer no decurso dos tempos e dos séculos. (Sabedoria 8:8)

E eu te darei documentos de equidade, e manifestar-te-ei os arcanos da sabedoria; e está atento às minhas palavras em teu coração, e já daqui te digo com retidão de espírito as virtudes que desde o princípio tem Deus feito reluzir nas suas obras, e te declaro em verdade a sua ciência. (Eclesiástico 16:25)

Porque os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis. (Romanos 11:29)

Deus não levou em conta os tempos da ignorância, mas agora ordena que todos os homens, em todos os lugares, se arrependam. (Atos 17:30)

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 02/05/2021
Código do texto: T7246675
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