Eu casimir
Não, eu não posso deixar me levar tanto assim, esta música ambiental, instrumental, relaxante e meditativa, não... esta música me lembra, o eu? Esta música? Não, não posso me permitir tanto assim à metafísica, a metafísica, até a... Não, não ao não, Pare de se sabotar! Sim! Sim!! Sim!!! É como sinos que levantam certezas de alma, que rastrea inseguranças, que simbila confiança, que sintila beleza. É como, é como se esta flauta fosse nomes mágicos, ingredientes de uma grande cozinheira, saberes de uma linda donzela, segredos de um grande empresário ou de um pai bem sucedido. Não, talvez não seja um mistério tão palpável, como a que envolve a criança e a sua família, mas o espanto da criança com o mundo, este sim é um grande mistério, é como que a sintética de uma fórmula, onde expressa imbricadamente e sutilmente genial, universos, saberes alquímicos, que logo, magos modernos. Não, talvez, só talvez, não seja assim tão simples... O mistério será o mistério, se apenas se, reconhece-se todas as suas dimensões e valores equivalentes, ou seja, infinitos em cada uma delas, então, somente assim, saberás o quão abstruso se tornará a realidade se negado esta observação e o significado que trás a tona o enigmático e que irá apontar à supra-realidade, ou melhor, que de tão singela e cristalina, a realidade, sem as deturpações e profanações dos termos e das palavras, que em última instância, é a adulteração do que é ser humano. A-dimensão, pois dimensão implica perspectiva e isso só nos é tão aceitável, porque nos inclinamos de mais em relação a luz e assim, então, não houve reflexão, nosso meio mais denso se alastrou e nos identificamos com tudo que é equivalente, perdemos de vista o eu casimir, que só se constitui no vácuo, ou melhor, que só se observa na exclusão de tudo, absolutamente tudo, ao se deparar, com o "nada", assim como o "eu" e aí então, as particularidades das analíticas caem por terra, pois o nada, não pode ser nada, e indo além do limite da física, o nada não pode existir, ele por essência, deve ser. Tudo o que não conhecemos, mas que em milésimos substanciais, que se faz eternidades, oportunamente a experienciamos, experienciamos o que de fato é real e só assim então, deixamos de sentir, de conjecturar e apenas, sabemos, e só assim, por um instante infinitesimal, somos livres, felizes e o mais importante, somos e só assim, a angústia existencial cessa, e o amor brota, pois temos contato com o real e tudo o que isso implica e só assim, nos tornamos humanos. Talvez esta não seja a melhor palavra, mas eu não sei qual seria. Eu sei, pois, que a magnificência do ser humano é grandiosa, por isso não cabe, em nenhuma redução. Excelso maravilhamento, esplendor contemplativo, suntuosa realização, exuberante manifestação, evidente concretização, estes são alguns dos atributos do Eu. No mundo fenomênico, a verossimilhança denuncia uma incomparável perfeição, ou apenas, perfeição, e jaz sublime nesta experiência. Por fim, a experiência com o eu casimir, ou experiência de consciência, é a verdadeira apoteose.