_____________________________ÁCIDA DOÇURA
Dos feitos à memória das células,
veias em primavera...
Seremos todos eternas crianças!
Do que nos fez a vida
- uma sombra quase esquecida -
de nossos quintais!
Ah, Seremos crianças
- ainda que não saibamos -,
eternas!
- ainda que na saudade -.
Tudo daríamos para o retorno
de um dia qualquer em nossa pequenez
nas mãos do tempo...
Uma visita - mesmo que breve -
na alegria com que nos púnhamos
entre os castelos e sonhos...
Almas tão puras sem ainda sentir as unhas
da vida!
Quem nos dera!
Ah, esse passado que volta
e traz consigo as birras,
os choros, os ralados nos joelhos,
os abraços já interrompidos,
os amigos,
os brinquedos e a angústia diante do escuro...
bendita seja essa saudade,
pois da morte a memória se esquiva!