AUTONOMIA
Como dizem as estatísticas, a média de nossa vida célere, entremeada de labuta e sofrimentos, margeia os setenta anos. Para os mais saudáveis, oitenta ou mais. Passamos rápidos pelo tempo, prosseguindo firmes, aguentando um pouco mais, esperando que a tempestade da vida passe, e sejamos recompensados por Aquele em quem confiamos.
A natureza das coisas é que ninguém vive para sempre. Este é o círculo da vida. Não podemos colocar tempo nos anos que vivemos. Mas, podemos colocar vida nos anos que temos. Pois, o que importa é como usamos nosso tempo para criar algo permanente que faça uma diferença na vida dos outros.
O sofrimento é parte da experiência. A lesão e a dor é onde a compreensão entra em nós. Entretanto, muitas vezes não percebemos os benefícios dos dissabores da vida até que passem no tempo. Quando notamos, podemos preencher o padrão que foi tecido entre um ato passado e uma circunstância presente.
Nossa relação na vida é uma junção entre o velho e o novo, entre padrões que chocaram e outros que mudavam permitindo lidar com as antigas questões e conflitos de novos aspectos, sem fragmentar a velha relação, enquanto podemos tentar novas maneiras de ser e de nos relacionarmos.
Devemos parte do que somos às escolhas que as nossas famílias e outras pessoas nas nossas vidas fizeram, criando uma herança influente em nossas identidades, circunstâncias, e nas escolhas que fazemos. Entretanto, somos indivíduos capazes de ir além de nossa origem e programação. Pois, não somos a nossa experiência, mas, o que decidimos ser.
Assim, guiados pela nossa história pessoal e a nossa volição, escolhemos pessoas e situações que nos ajudam a satisfazer as nossas necessidades atuais, a comprazer as nossas expectativas e, talvez, desenvolvermos e crescermos através das nossas vontades nas direções em que precisamos desenvolver-se.
O sofrimento e as provações da vida aumentam as rugas do nosso rosto, enquanto nos fortalecem. Busquemos dentro de nós, o amor e intimidade com os outros, antes que a compaixão e a reciprocidade fluam para nós. Pois, no ínterim de nossa vida podemos nos transformar numa pessoa melhor e ajudar os que nos rodeiam, sendo parte de algo maior do que nós mesmos.
Só morremos quando o nosso nome é dito pela última vez.