VEDE: A POESIA!_________________________
Vede: a poesia!
- meu mau agouro -,
cortando em teias a minha carne...
às vezes tapa.
Vede: a poesia!
O céu que me fala em fúrias noturnas,
licor suave em minhas veias...
Vede: a poesia!
E seja, e seja, e seja... a jurar-me
relógio sem ponteiro.
Vede: a poesia!
O meu vício
- áspide -
a nutrir-me em vermes-letras no lodo
e deixa-me sonhar ébria de gozo.
Vede: a poesia!
Desprende-me
- infatigável -
das garras mórbidas da vida.