______________________________________ANÚBIS
Anupo - que o coração pesa -,
gargalha e com a visão em âmbar - acesa -,
no escuro se ilumina,
e crava em mim a madrugada.
Anúbis - à beira de Seth -,
enfurecido,
mas ao lado de Osíris,
maduro entre almas dilaceradas dos ponteiros,
o afeto embalsamado
- do Império Antigo, Médio e Novo -,
conduz roçando os passos à praça das raízes.
Anúbis me visita - em sonhos -,
facas afiadas
nos ecos do meu silêncio,
noturno à beira da confissão negativa,
Anúbis grita,
pastor do tempo contrário,
feroz soldado,
mas em furor te atiças à beira da serpente.
Anúbis,
feição comprida e observante em digerir a poesia em células,
tantos epítetos
no agouro do tempo,
dispara-me sem receio - a palavra -,
morte!
Eclipse em mim à memória divinizada
das horas já outonadas da minha vida.