Sem saber
Sem saber o porquê?
Você me disse não.
Eu apenas me entreguei
De corpo e alma.
Não foi o suficiente, eu sei.
Mas em tuas mãos estive na palma.
Neste dia, usei palavras descabidas.
No desespero da despedida.
Não percebi a grandeza do abismo entre nós.
Um oceano, um precipício, uma foz.
Eu enfrentei seu maior demônio.
Eu vi tua fraqueza, senti a sua frustração.
Fiz o que você gostaria de fazer.
E não mostrei quem eu era.
Paixão nos inibe de viver.
Mas tudo era beleza, viveria seus sonhos por eras.
Não, me vi ao chão.
Em minha versão, o antagônico.
Por meses senti seu cheiro, como um cão no cíu.
Por dias, desejei não estar ali.
E nos dias de chuva, que ninguém viu.
Com as lágrimas, me aquecí.
O toque adocicado de seus lábios, me ressuscitaram muitas vezes.
Mas por vezes, foi a sua imagem de grandeza que matou sua beleza.
Sua nobreza.
Não vem de realeza, vem de suor e muito trabalho.
Mas hoje é um fardo.
Pois sua riqueza, está repleta de avareza.
Não há beleza, não há pudor, nem agrado.
Neste arado.
Não há suor de seus braços.
Contudo é seu, e isto é fato.
Faça um bom proveito de seus bens materiais.
Viva intensamente, usufrua de tudo.
Pois, eu vou seguir meus passos.
Lembrando de seus abraços.
E por mais que não esteja em seu laço.
Jamais esquecerei de teus lábios.
Eu vou me curar, eu sei.
Estarei em suas histórias também.
Como alguém, que não nasceu pra ser rei.
Mas um servo, que ofertava amor como maior bem.