Sendo Ninja
Entra em cena, sai de cena, sobe o degrau, desce do palco, abre as cortinas, recebe os aplausos, restaura o humor, outra vez cai, levanta, chora copioso, gesticula o pavor.
O que já era difícil, tornou-se quase impossível, e o valente treme as pernas antes de correr, vai e vem constante na luta por sobrevivência e quem nunca perdeu a essência, não se reconhece ao descrer.
Circunstancial, patriarcal, episódio repetitivo, cotidiano de todos, acompanhado com a sombra da incerteza.
Mas será mesmo que antes havia certeza? E o circuito temporal de passado, presente e futuro guia de todas horas? Tempestade em copo d'água, murro em ponta de faca, em cima ou embaixo do muro?
Hoje sendo ninja, mascarando a face, protegendo em parte, a outra só Deus pode, mas além das vias acessíveis ao corpo frágil, na mente zoa os percalços, e o vento leva e trás.
Pulando onda, dobrando esquina, ninja ou projeto de sina, reitera a vida "estamos juntos, estamos separados, paralelos de classe e raça... desafiados", isso tem que findar!
Sem glória para o herói, segue ninja o cidadão, peleja no empurrão ou por obrigação, e quando do vazio resurgir toda fé, criança, homem e mulher saberá que onde existe dignidade e respeito, a causa que cura os males mais escusos abraçará sem lamúria, e o mandamento primeiro, corrigirá os defeitos, dando vitória por redenção ao amor.
CarlaBezerra