A presença da ausência
Para início de conversa eu não tenho autonomia para permutas, então nem adianta me questionar sobre as inúmeras propostas de troca. O tempo é dono de si, e ele apenas me avisa a hora. Mas é certo que, eu sempre fui péssima com as palavras, e/ou a forma de me expressar, acho que o silêncio é algo que me representa, assim como a posterior ausência após minha presença.
Eu sou para alguns a interrupção do tempo, o corte abrupto da foice, o martelo batendo dando o veredito final.
Apesar de ser mal vista, sou a única certeza da vida, sou eu quem dá sentido ao tempo, a certeza do amor. Sou eu que afirma a vida, eu e somente eu quem dá sentido ao adeus, a poesia, sou o motivo das velas, e do velar.
Sua fé existe por temer nosso encontro, então acho que não mereço ser tão odiada, até porque inúmeras vezes me faço atrasada, esperando que você entenda, que eu e a vida estaremos sempre de mãos dadas.
Tempus fugit!
Fala para mim, quem nessa vida quer ser odiada, rejeitada, negada?
Eu não sou essa frieza que você imagina, longe de mim, eu sou um sentimento quente que invade o peito cheio de memória.
memento Mori
A vida só é breve, porque você a torna!
Não é culpa minha essa incansável busca de sanar a ausência!
Ah se eu pudesse escolher uma palavra pra me representar, eu com certeza escolheria a palavra presente, mas não no sentido de tempo, mas no sentido de ser um presente, pois não existe agrado maior saber que a qualquer hora teremos um encontro, e é essa certeza que te faz viver, amar, querer ser amado, ser grande pra ser lembrado.
Então pense bem, eu mereço esse exílio? Ou ser homenageada?
Eu sou tão grande como todas as leis conhecidas, e digo mais, se pensar, eu sou a maior delas. E não me julgue egocêntrica por eu dizer isso, porque não tenho essa necessidade, a única coisa que peça é...
Que pare de achar que sou o antônimo da felicidade, ou que não sou digna de ser comemorada, porque eu não sou uma porta que se fecha...
Mas sim, uma que acabou de ser destrancada.